correios e telégrafos

Greve já atinge 30% dos serviços

Setor aponta prejuízo nas entregas de produtos comercializados na internet

Gilson Rei
19/08/2020 às 09:53.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:27
Atendimento ontem apresentava filas e atrasos nas entregas devido ao grande volume de encomendas (Matheus Pereira/AAN)

Atendimento ontem apresentava filas e atrasos nas entregas devido ao grande volume de encomendas (Matheus Pereira/AAN)

Os funcionários dos Correios e Telégrafos de Campinas aderiram ontem à greve nacional iniciada em todo o País, suspendendo em 30% os serviços na cidade e atrasando a entrega de produtos solicitados via internet e correspondências neste período de pandemia. A greve afeta também os lojistas virtuais, que utilizam os Correios como principal opção de frete. A adesão tem como base as informações fornecidas pelos Correios, que consideraram apenas os funcionários que estão presencialmente nas unidades, excluindo os que estão trabalhando de forma remota. O sindicato informou que não teve acesso às unidades e não tem o levantamento de quantos estão atuando remotamente. O atendimento ontem já apresentava filas e atrasos nas entregas devido ao grande volume de encomendas nesta pandemia e teve uma piora ontem com a paralisação parcial nas agências e centros de distribuição e entregas da área de atendimento em Campinas. Os representantes da categoria informaram que não há previsão para o fim greve. Os trabalhadores dos Correios de todo o País reclamam da suspensão de benefícios garantidos em acordo coletivo, falta de segurança contra a Covid-19 e perdas com a possibilidade de privatização da estatal. Mauro Aparecido Ramos, diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos em Campinas, disse que em todo o País há negligência com a saúde dos trabalhadores em meio à pandemia. “Só em Campinas, recebemos informação de mais de 70 casos de Covid-19 em trabalhadores. A situação está pior, pois nem todos os casos da cidade chegam ao conhecimento”, afirmou. Perdas trabalhistas também preocupam. Segundo Ramos, a revogação do acordo coletivo ocorrida em agosto, os trabalhadores deixaram de ter acesso a diversos benefícios. "Foram retiradas 70 cláusulas com direitos como 30% do adicional de risco; vale alimentação; licença maternidade de 180 dias; auxílio creche; indenização de morte; indenização de morte; auxílio para filhos com necessidades especiais; pagamento de adicional noturno e horas extras”, enumerou o diretor. O acordado tinha previsão para vigorar até 2021. Ramos disse que, em média, 30% dos funcionários da base de Campinas aderiram ao movimento, incluindo os três turnos e os profissionais que atuam em horários fixos nas nove agências exclusivas dos Correios, além dos dez Centros de Distribuição de Documentos; do Centro de Tratamento de Cargas e Encomendas de Indaiatuba; e dos Centros de Entrega de Encomendas do Jardim do Lago, Taquaral e Valinhos. “Não há prazo para o fim da paralisação”, afirmou o diretor, acrescentando que as reivindicações são unificadas pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios (Fentect). Outro lado Os Correios e Telégrafos informou, por meio de nota, que “não pretende suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados”. A estatal avaliou ontem que a mobilização afeta em 30% os serviços. Quanto às negociações, a estatal informou que “a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção é da ordem de R$ 600 milhões anuais e as reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”. Sobre os cuidados com a saúde dos trabalhadores durante a pandemia, os Correios garantem que a “há um reforço no controle do fluxo de atendimento nas agências e organização dos clientes.

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