Cerca de 12 mil refeições deixaram de ser fornecidas, que são vendidas com preço subsidiado
A greve dos trabalhadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) atingiu nesta terça-feira (3) todas as quatro unidades dos restaurantes universitários (RU) da instituição - conhecidos como bandejão, os refeitórios do Hospital de Clínicas (HC), da administração e o da saturnino paralisaram o serviço. A Unicamp, em nota, confirmou a interrupção do fornecimento de cerca de 12 mil refeições diárias, ao custo de R$ 2 cada uma. Nesta terça, os grevistas fizeram ato em São Paulo, junto com trabalhadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de São Paulo (USP).A paralisação dividiu a opinião de estudantes e gerou discussões nas redes sociais. Alguns estudantes afirmam que, com a greve, não havia opções baratas para comer. Outros afirmam que o fechamento do bandejão é uma maneira de chamar atenção ao movimento do trabalhadores. Continuar fechado A proposta aprovada pelos trabalhadores é que o bandejão permaneça fechado nos próximos dias. A estudante de estatística Aline Rodrigues, de 19 anos, afirmou que entende os motivos dos trabalhadores, mas que a paralisação do bandejão a prejudicou. "Sou a favor da greve, mas é complicado, por causa do valor que terei que gastar fora do refeitório. Não tenho como bancar um almoço mais caro", afirmou. Situação semelhante enfrentou a estudante do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) Gabriely Rosa, de 15 anos. Nesta terça-feira, ela afirmou que sabia da paralisação e apoiava. Mas, disse que a alternativa para o estudante são as lanchonetes, com preços mais altos. "O salgado custa R$ 3,50, quase o dobro do valor do almoço no bandejão" , afirmou.A continuidade do fechamento depende dos funcionários que trabalham nos locais e aderiram ao movimento grevista. Em nota, a Unicamp informou que está tomando as medidas cabíveis para normalizar os serviços de alimentação. Saúde Na área da Saúde, na manhã desta terça-feira, os trabalhadores fizeram novamente ato em frente ao Hospital das Clínicas da Unicamp e atrasaram em cerca de 40 minutos a entrada dos pacientes. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), cerca de 80% das faculdades aderiram a greve.Já os professores, que entraram em greve no dia 23 também continuam paralisados. A adesão, segundo a Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), mantém-se em 60%. A área mais afetada foi a de Humanas, onde a maior parte dos alunos, professores e trabalhadores aderiram a greve. Balanço da universidadeA Universidade, em nota, informou que a greve dos trabalhadores impactou nas atividades de 15% das 22 unidades de ensino e pesquisa da Unicamp. Houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos. Na área de saúde, a instituição informou que não houve reflexos na realização de consultas, exames ou cirurgias, embora tenha sido registrado um atraso de aproximadamente 30 minutos no agendamento de consultas e exames. A Unicamp informou ainda que ontem, durante reunião da Câmara de Administração da Unicamp, da qual participam representantes dos docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes, a superintendência do HC fez um apelo aos líderes do movimento para preservarem os serviços de assistência à saúde a fim de não prejudicar a população.A universidade 18,3 mil alunos na graduação e 16,1 mil na pós-graduação, em 68 cursos, além de 1,9 mil estudantes no Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). Nos campi da Unicamp trabalham 2 mil professores e 7,8 mil técnicos administrativos.