GREVE

Greve dos servidores paralisa escolas e unidades de saúde

Das 201 unidades da Educação, 15 estão paralisadas totalmente e 80 parcialmente; na Saúde, a greve paralisou parcialmente sete unidades

Do Correio e Gustavo Abdel
01/06/2015 às 12:15.
Atualizado em 23/04/2022 às 11:56
Elevador para cadeira de rodas na Prefeitura de Campinas está quebrado há nove meses ( Leandro Ferreira/AAN)

Elevador para cadeira de rodas na Prefeitura de Campinas está quebrado há nove meses ( Leandro Ferreira/AAN)

O primeiro dia de greve dos servidores municipais de Campinas foi marcado por tensão na manhã desta segunda-feira (01) no Paço Municipal. Todos os acessos da Prefeitura foram bloqueados por grevistas com faixas para impedir a entrada de servidores e contribuintes. Foi necessária intervenção judicial para que as entradas fossem liberadas. A greve também afetou principalmente a área da Educação, com 18 unidades totalmente fechadas e cem parcialmente. A greve continua nesta terça (02), conforme decisão da categoria. Os servidores pedem reajuste salarial de 18,6% — o governo municipal propôs 7,13% na semana passada, mais 10% no vale alimentação. Por volta das 7h de ontem, a entrada principal pelas escadarias do Palácio dos Jequitibás foi bloqueada pelos servidores, bem como o estacionamento do prédio, na Rua Barreto Leme. Contribuintes e servidores que chegavam para trabalhar se aglomeraram por um tempo na frente da Prefeitura e depois foram embora. A Administração conseguiu liminar na Justiça por volta das 12h30 e as entradas liberadas às 14h30. A liminar foi concedida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Wagner Gidaro, que determinou pena de multa diária de R$ 10 mil ao sindicato caso os acessos não fossem desimpedidos. Piquete impedindo a entrada de servidores no Paço ocorreu de forma semelhante em 2009, no sétimo dia de greve da categoria. Na ocasião, os grevistas fecharam por quase duas horas todas as entradas do prédio e a Polícia Militar foi chamada para liberar a passagem. Ontem, a Guarda Municipal monitorou a movimentação dos grevistas, mas não houve confronto. O secretário de Relações Institucionais, Wanderley de Almeida, disse que Executivo está aberto ao diálogo e que uma nova reunião deve ser marcada amanhã. “Não rompemos com a mesa de negociação, e devemos oficiar o sindicato esta terça-feira para uma rodada na quarta”, disse. “Hoje (ontem) pela manhã fomos surpreendidos (com o fechamento das entradas). Foi uma postura unilateral, truculenta. Houve até mesmo a contratação de seguranças. Não dissemos em nenhum momento que não dialogaríamos”, criticou Almeida. A determinação do prefeito Jonas Donizette (PSB), segundo o secretário, foi para que as negociações fossem “esgotadas” a fim de evitar que a população fique com os serviços públicos comprometidos. “A nossa proposta é a média dos principais índices inflacionários do País, e 10% no auxílio-alimentação está acima”, defendeu. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público (STMC) dizem que a medida de fechar os acessos ocorreu para tentar “forçar” o governo a retomar a negociação, e que não eram pessoas contratadas, e sim de sindicatos que apoiaram movimento dos servidores e que não foram truculentas como o secretário alega. “O sindicato compreende as necessidades da população e por isso manteve 30% de atendimento de urgência e emergência”, divulgou a categoria no fim da tarde.Participação Apesar do Paço ser fechado, não foi grande a presença de servidores nas escadarias da Prefeitura. Somente por volta das 15h30, quando foi realizada a assembleia, uma aglomeração se fez maior no local. Faixas foram esticadas de um lado ao outro das escadas, e um cemitério simbolizando a morte dos vereadores que votaram o Projeto de Lei 15/2015 foi montado no gramado. O projeto cria 616 cargos para agente comunitário de Saúde, e os profissionais acreditam que irão acumular função de agentes de endemias.

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