No caminho do caos

Greve dos caminhoneiros provoca transtornos

Protesto dos caminhoneiros provoca transtornos, esvazia postos e lota transporte coletivo

Alenita Ramirez
25/05/2018 às 07:40.
Atualizado em 28/04/2022 às 10:00
  (Leandro Torres/AAN)

(Leandro Torres/AAN)

Campinas e cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) viveram uma quinta-feira de transtornos por conta do reflexo do protesto nacional dos caminhoneiros. Desde o início da manhã, houve correria aos postos de combustível. Filas, congestionamentos no entorno, bombas vazias. Esse foi o retrato que os motoristas encontraram. Em Campinas, algumas vias ficaram parcialmente fechadas, outras literalmente travadas por carros e filas quilométricas, como na Princesa d’Oeste, Aquidabã e Marechal Carmona. Com a alta procura, por volta das 10h da manhã já não havia gasolina, etanol e diesel em diversos postos. No fim da tarde, a situação era ainda mais dramática, com relatos de desabatecimento em boa parte deles. A alta procura também refletiu no preço do combustível. Motoristas relataram preços abusivos e em alguns postos a gasolina comum chegou a ser vendida, o litro, por R$ 4,999. Em razão das queixas, o prefeito Jonas Donizette (PSB) determinou uma fiscalização “dura e rígida” contra os abusos. Os passageiros do transporte urbano municipal e intermunicipal também sofreram. Como as empresas reduziram a frota em 40% desde a noite de anteontem, chegando a 50% na tarde de ontem, houve lotação nos veículos. Os pontos e terminais de ônibus ficaram lotados e a espera, em algumas regiões, chegou a uma hora. Em linhas de pouca demanda, os passageiros tiveram que caminhar para pegar ônibus em bairros vizinhos diante da lomga espera. Em bairros como Santa Bárbara, São Jorge e Fazendinha, os poucos veículos que funcionaram ontem estavam lotados e muitos passageiros tiveram que recorrer a outras linhas mais afastadas. No início da noite, na região central de Campinas, havia passageiros disputando espaço nos coletivos, tamanha a dificuldade de embarque para voltar para casa. Na região do Campo Belo, os usuários tiveram que esperar por quase uma hora. Uma boa parte dos veículos articulados que atendem essas regiões ficou parada, o que contribuiu para a lotação dos ônibus menores. A falta de combustível também afetou o abastecimento de hortifrutigranjeiros da Ceasa. Cerca de 15 mil toneladas de produtos deixaram de ser comercializadas no local desde a última segunda-feira e já representa um prejuízo estimado de até R$ 25 milhões. Com isso, já há reflexo nos preços de alguns produtos e nas prateleiras do comércio. Também já há ameaça de falta de medicamentos por conta do bloqueio das carretas. Em frente à Replan, em Paulínia, mais de 300 caminhões estavam parados no acostamento e vias paralelas à Rodovia Zeferino Vaz ontem pela manhã. A maioria dos motoristas veio de outras cidades para engrossar o movimento que começou na segunda-feira. Na Rodovia Dom Pedro 1, no sentido Jacareí, houve congestionamento pela manhã. Caminhoneiros usaram duas faixas da pista. A Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, a Campinas-Mor, foi bloqueada no começo da tarde, com protesto dos caminhoneiros na altura de Hortolândia. Os manifestantes chegaram a atear fogo em pneus. Em Americana, motoristas também protestaram na Rodovia Luiz de Queiroz, próximo ao Aeroporto Municipal. Também durante o dia houve suspensão de aulas em escolas estaduais e municipais de Campinas. 

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