Paralisação de motoristas e cobradores provoca 68km de lentidão em ruas, avenidas e estradas
Ônibus parados em fila tomam uma faixa da Avenida Lix da Cunha, e estrangula o trânsito da via, que é trajeto do transporte intermunicipal ( Gustavo Tilio/Especial para a AAN)
Campinas viveu nesta sexta-feira (9) um dia de caos provocada por uma greve inesperada que bloqueou ruas e afetou todo o transporte público, inclusive o intermunicipal. Foram registrados 68 quilômetros de congestionamentos durante todo o dia, incluindo o tráfego parado nas estradas que cortam a cidade. O número supera o recorde do ano passado, registrado também em meio a uma greve de rodoviários, quando houve 57km de filas no dia 17 de maio. Naquela data, a paralisação foi avisada com antecedência, aumentando o número de carros nas ruas.A greve desta sexta teve início após os motoristas e cobradores de ônibus da linha verde entrarem no segundo dia de protestos contra a mudança no plano de saúde da categoria. Nenhum dos 238 ônibus da linha saiu da garagem. Coletivos de outras linhas que estavam circulando aderiram ao movimento e ônibus foram usados para bloquear ruas e avenidas. Milhares de passageiros tiveram que descer e seguir viagem a pé.Um dos pontos mais afetados foi a região da rodoviária. Ônibus fecharam o acesso ao corredor de ônibus da Avenida Lix da Cunha e ao Terminal Metropolitano Prefeito Magalhães Teixeira, levando outras linhas a aderir. A partir daí, um efeito cascata travou o trânsito nas principais vias de entrada e saída da cidade. As rodovias Anhanguera, Santos Dumont e a Campinas-Monte Mor (SP-101) foram as mais afetadas. Pela manhã, o congestionamento chegou a 54km — 27 nas rodovias e 27 nas ruas e avenidas. A volta para casa não foi diferente. Com exceção das rodovias, que tinham trânsito intenso, mas sem registro de filas, o motorista enfrentou trânsito lento nas vias urbanas. Segundo estimativa da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), o congestionamento à noite chegou a 15km.Dos 931 ônibus circulares que operam em Campinas, segundo a Transurc, 651 não foram às ruas. Durante a manhã, em pleno horário de pico, 517 ônibus estavam parados. Na noite desta sexta, o Sindicato dos Rodoviários assinou um acordo para pôr fim à greve. A Transurc, associação que representa as empresas permissionárias informou que os funcionários que insistirem no movimento serão demitidos por justa causa. (Cecília Polycarpo, Felipe Tonon, Inaê Miranda, Luciana Félix e Rogério Verzignase/AAN)