CAMPINAS

Greve de agentes penitenciários reflete na cadeia anexa ao 2° DP

'Situação já está insuportável. Se a greve continuar, a qualquer momento pode ter uma rebelião', comentou um carcereiro que não quis ser identificado

Alenita Ramirez
21/07/2015 às 19:53.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:13
Por dia, o local faz a transferência de cerca de 25 presos para os CDP s do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, mas com a greve o serviço está interrompido desde a sexta-feira (  Cedoc/RAC)

Por dia, o local faz a transferência de cerca de 25 presos para os CDP s do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, mas com a greve o serviço está interrompido desde a sexta-feira ( Cedoc/RAC)

A greve dos agentes penitenciários do complexo Campinas/Hortolândia já começa refletir na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP), no bairro São Bernardo, em Campinas, segundo carcereiro. Sem poder transferir presos, o local já está superlotado e começa a criar um clima de tensão entre os trabalhadores. A cadeia tem espaço para 48 presos, mas até esta terça-feira (22) já abrigava quase 80. "A situação já está insuportável. Se a greve continuar, a qualquer momento pode ter uma rebelião", comentou um carcereiro que não quis ser identificado.Por dia, o local faz a transferência de cerca de 25 presos para os CDP s do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, mas com a greve o serviço está interrompido desde a sexta-feira. "A situação está complicada. Por enquanto não estamos tendo problemas porque estamos conversando com os presos, mas se a greve persistir a tendência é a cadeia ir enchendo cada vez mais", comentou o delegado do 2º DP, Humberto Parro Neto.Segundo o delegado, já existe uma demanda de 42 presos com autorização para transferência para o CDP de Campinas e outros quatro para vagas abertas em outros presídios que também estão em greve. Nesta terça (21), o clima da greve em frente ao complexo penitenciário Campinas/Hortolândia era pacífico. A greve dos agentes, na verdade, começou nesta segunda-feira, mas na sexta-feira passada, dia 17, os trabalhadores fizeram um movimento de repúdio aos atentados contra dois agentes, sendo que um morreu. No dia, apenas os serviços essenciais foram liberados. Com isso, o complexo já não recebe presos há cinco dias. Segundo o diretor do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo(Sindasp), Carlos Rufino, entre o primeiro dia da greve e esta terça o número de viaturas que faz a transferência de presos para o complexo caiu. No domingo (19), apenas três viaturas apareceram no local. Hoje, apenas uma, que era de Piracicaba e que estava com apenas um preso. "O pessoal já esta sabendo que não recebemos preso e estão evitando de perder viagem. A greve continua e estamos esperando a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) nos chamar para conversar", disse Rufino.Para driblar os grevistas, a direção do presídio tentou enviar dois presos para a Cidade Judiciária em uma ambulância, segundo Rufino. Mas o esquema foi descoberto e a ambulância foi barrada na saída e obrigada a voltar. Uma viatura do transporte também tentou sair, mas teve que voltar com os presos para dentro do complexo.

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