VIOLÊNCIA

Gramado engrossa batalha por segurança comunitária

Associação quer que moradores do bairro dividam custos de proteção particular

Luciana Félix
06/09/2013 às 08:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:13
Tartaruga gigante que posou para o fotógrafo no arquipélago de Galápos ( Dominique Torquato/AAN)

Tartaruga gigante que posou para o fotógrafo no arquipélago de Galápos ( Dominique Torquato/AAN)

Uma campanha iniciada por moradores do bairro Gramado, em Campinas, reforça a luta comunitária no combate à violência que já ocorre em algumas áreas do município. A exemplo do que foi implantado no Parque Taquaral, que criou a “Vizinhança Solidária” em vias do bairro, e da arrecadação de verba entre moradores na Vila Industrial para a construção de uma base comunitária de segurança, um grupo de moradores do Gramado pede ajuda a vizinhos para arrecadar recursos para a instalação de câmeras de vigilância no maior número possível de ruas, e interligá-las à Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CimCamp). A intenção é proporcionar sensação de segurança ao bairro. Eles reclamam que falta presença mais efetiva da polícia no local.No mês passado, reportagem publicada no Correio denunciou uma onda de assaltos no bairro, em uma via que dá acesso à Rodovia Heitor Penteado. Os assaltantes, segundo os moradores, roubaram cerca de 13 motoristas no semáforo da Rua Antonio Marchili, antes da via cruzar a Heitor Penteado. Uma dupla em uma moto abordava motoristas sozinhos e em qualquer horário. Além de pertences de valor, em algumas vezes, chegaram a levar os veículos. Ação no GramadoUm outdoor instalado na Rua Raul Teixeira Penteado, que dá acesso à Rodovia Heitor Penteado, chama a atenção dos motoristas que passam pela via. Nele, a Associação dos Condomínios e Moradores do Bairro Gramado pede “socorro” a quem mora no local para ajudar no combate à violência na área. Eles solicitam que os moradores contribuam para a implantação do sistema de segurança comunitário.A reportagem do Correio procurou os responsáveis pela associação e eles afirmaram, sem se identificar, que a intenção é colocar câmeras no maior número de ruas possíveis e interligá-las à Cimcamp. Na central há presença de guardas municipais, policias civis e militares monitorando as câmeras 24h, além de outros representantes de setores de serviço de emergência.Outra intenção do grupo é aumentar o número de vigilantes particulares. Eles querem passar de duas viaturas de vigilância para quatro. Assim como os representantes da associação, alguns moradores abordados pela reportagem não quiseram comentar o assunto.O bairro é considerado de classe alta e possui um grande número de condomínios equipados com sistema de segurança. Os moradores acreditam que a instalação das câmeras espantaria os criminosos.No site da associação há um chamamento com a frase: “Precisamos agir juntos e combater o crime”. Nele, o grupo diz que com o aumento da criminalidade todos são responsáveis pela segurança das famílias e de amigos. E explica que a associação esteve na CimCamp, onde foi feito um estudo para colocação de câmeras no bairro, além de apontar a importância da colaboração de todos com a causa. A campanha foi iniciada nos últimos dias.Sem alardeA Polícia Militar (PM) foi procurada pela reportagem para falar sobre os índices criminais no bairro e negou que a situação da área seja alarmante. A PM diz que faz ronda de rotina no local e que, fora os casos de assalto no semáforo da Rua Antonio Marchili registrados no mês passado, os números de roubos e furtos são pequenos em comparação com outras áreas, que requerem mais atenção.“Acho válida a intenção de instalar câmeras de segurança. Ajuda o policiamento, mas o bairro é bem tranquilo”, afirmou o major Marci Elber Resende da Silva, porta voz do 35 Batalhão responsável pela área.

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