RECLAMAÇÕES

Grades não evitam uso de drogas à noite no CCC

Moradores dizem que gradil é baixo e Teatro de Arena continua "ocupado" na madrugada

Cecília Polycarpo
03/10/2013 às 08:43.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:17
Gradil, instalado no final da noite e durante a madrugada, já recolhido durante a manhã: barreira é considerada ineficaz pelos vizinhos da área (César Rodrigues/AAN)

Gradil, instalado no final da noite e durante a madrugada, já recolhido durante a manhã: barreira é considerada ineficaz pelos vizinhos da área (César Rodrigues/AAN)

As grades colocadas no Centro de Convivência Cultural (CCC), no Cambuí, em Campinas, para restringir o acesso ao Teatro de Arena não amenizaram os problemas com usuários de drogas e bebidas no local. Apesar de a Guarda Municipal e a Polícia Militar afirmarem que as barreiras inibem a ação de vândalos, vizinhos à praça disseram que o movimento não diminuiu e que todos os dias jovens utilizam entorpecentes no local durante o dia. O Correio flagrou na manhã da última segunda-feira um grupo fumando maconha no espaço.Instaladas há quase um mês, as grades de ferro fecham as seis entradas do teatro das 22h às 5h. No entanto, elas medem 1,20m e os “invasores” conseguem facilmente transpô-las à noite. As barreiras já estavam no teatro uma semana antes de um casal de adolescentes ser flagrado fazendo sexo à luz do dia na escadaria, caso que chocou moradores do entorno. Para frequentadores do CCC que se incomodam com a sujeira e uso de drogas, a solução seria mais policiamento e vigilância no espaço. Eles afirmam ainda que, à noite, ainda é comum ver usuários de drogas fazendo sexo.“As grades só resolveriam se viessem com um guarda, alguém para ficar à noite toda no local. Só a barreira não resolve nada. Qualquer criança consegue pular”, disse Mauro Diogo, membro da Associação de Artesãos de Campinas e Região. Diogo trabalha todos os finais de semana na praça, na feira de artesanato, e afirmou que ainda pela manhã, antes de trabalhar, encontra preservativos usados. “Isso sem falar nas garrafas, bitucas de cigarro de maconha, até seringas.”A professora universitária Márcia Dias, de 62 anos, mora em um prédio próximo ao Centro e costuma ir ao local com a neta. Segundo ela, o uso de drogas ocorre em qualquer horário do dia. “A maconha rola durante o dia, perto das crianças. Isso fora a sujeira que está a praça”, disse. A babá Elma Lima, de 22 anos, também faz críticas. “Os usuários não vão deixar de frequentar o local por causa da grade.”O estudante T.D., de 17 anos, sai de Jaguariúna para encontrar os amigos no CCC. “Venho para conversar e ficar numa boa”, disse. Ele confessou que usa maconha na área. “A gente não atrapalha ninguém. Fazemos questão de ficar no alto, longe das outras pessoas.” Imigrante do Chile, R., de 23 anos, viaja pelo Brasil e afirmou que “mora” há três dias na praça. No início da semana, disse que viu quando guardas fecharam as grades à noite. “Quando foram embora, eu pulei e fui dormir nas escadas.”Guardas municipais afirmam que as grades melhoram a situação à noite, mas que eles ainda têm dificuldade para flagrar os jovens usando os entorpecentes. “Eles se desfazem da maconha quando estamos chegando perto. O flagrante é difícil”, disse um GM. Policiais militares de uma base no local disseram que as rondas são constantes e que o movimento à noite diminuiu. 

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