Arce afirma, ao assumir pasta, que Outono e campanhas ajudarão a reduzir consumo
A queda nas temperaturas com a chegada do Outono, somada ao incentivo para a população economizar água, podem reduzir o consumo e ser a saída para evitar o racionamento na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e Grande São Paulo. A opinião é do novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Mauro Arce, que assumiu nesta quinta-feira (10) o cargo no lugar do deputado estadual Edson Giriboni (PV), pré-candidato a deputado federal. Arce já foi titular da pasta entre 1998 e 2006, nos governos Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. "Vamos continuar insistindo nas medidas de economia para tentar evitar o rodízio. A temperatura baixando, a gente tem uma redução espontânea de consumo de água. É outro fato que a gente está contando", disse o secretário para a Rádio CBN. Arce não atendeu à reportagem da Agência Anhanguera de Notícias (AAN). Segundo a assessoria de imprensa do secretário, ele esteve em reunião no Palácio dos Bandeirantes durante toda a tarde de ontem. Admite medida Apesar de contar com a mudança climática e o auxílio da população, o secretário não descartou adotar o rodízio caso a redução no consumo não seja suficiente para elevar o nível dos reservatórios. O comitê anticrise que monitora a situação do Sistema Cantareira prevê para julho o esgotamento do chamado "volume útil" do manancial. Arce afirmou que, a partir de 15 de maio, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passará a contar com o volume morto do Sistema Cantareira. Porém, a captação de água do volume morto do Cantareira ameaça trazer à tona poluentes depositados no fundo das represas. Sobre o projeto de interligação com o sistema do Rio Paraíba do Sul, que envolve o governo do Rio de Janeiro, Arce citou como exemplo o sistema de energia elétrica, o Sistema Interligado Nacional, para defender que o abastecimento de água também deve prover flexibilidade. "Vejo isso mais como uma solução do que como problema", disse, embora tenha admitido que "é inevitável o problema político, principalmente no ano que estamos vivendo". Sabesp contradiz relatório A presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, disse que as projeções da empresa apontam segurança no abastecimento de água, sem necessidade de rodízio, considerando o pior cenário de chuvas e a utilização da reserva técnica. Apesar da declaração, o Relatório de Sustentabilidade 2013, publicado nesta semana no site da empresa, cogita pela primeira vez de forma oficial a possibilidade de um racionamento de água no Estado ainda neste ano. "Se as chuvas não retornarem a índices adequados, e consequentemente, e os níveis os reservatórios não forem reestabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água", diz trecho do relatório. (Com Agência Estado)