Gol e Uno estão entre os carros mais visados pelos ladrões

Entre os carros populares mais vendidos na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o Gol é o mais visado pelos ladrões, seguido do Uno, segundo dados fornecidos por seguradoras. Em âmbito nacional, entre os 50 carros mais vendidos do Brasil, o Voyage foi o mais visado por ladrões em 2014, de acordo com o Índice de Veículos Roubados (IV-R), divulgado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). No ano passado, foram roubados ou furtados 2.053 veículos, de um total de 119.428,94 carros dos modelos que têm seguro no País, o equivalente a um índice de 1,719%. O índice é obtido a partir da divisão do número de sinistros (que é a soma entre os casos de roubos e furtos) pelo número de veículos segurados de cada modelo. Os dados são coletados a partir de apólices ativas e de dados informados pelas seguradoras à Susep. Segundo o corretor de seguros Celso Cipolla, da 100% seguros, veículos com índices de roubo elevado geralmente têm seguros mais caros. “Apesar de outros fatores terem peso no preço da proteção, como perfil do motorista e o CEP de residência, o índice de roubo e furto do veículo é responsável por até 15% do valor do carro”, disse. Em média, o seguro para carros populares custa em torno de 5% do valor do veículo. Na listagem dos dez veículos mais visados da RMC, o terceiro lugar é ocupado pelo Palio, seguido do Corsa e do Celta (veja quadro ao lado). “Para a bandidagem, hoje não tem o modelo mais visado, mas sim o mais fácil de ser furtado, de se abrir e de dar partida. Até os modelos mais novos com chave codificada os ladrões conseguem levar. As quadrilhas se especializaram e contam com módulos de ignição modernos, comprados no mercado negro”, comentou um investigador do setor de Furtos de Autos (FA) da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Até três anos atrás, segundo corretores de seguro, a Parati e o Golf eram os carros mais visados. Devido ao alto índice de furtos/roubos desses modelos, as seguradoras tinham dificuldade para fechar contratos de seguros, uma vez que o custo era muito alto. Atualmente, o cenário mudou. A Parati ocupa o 10º lugar na lista de mais visados. “O motor da Parati dava para usar em diversas coisas como em avião, barco entre outros. O motor é um 1.6 da marca AP”, observou o mecânico Nelson Lino Araújo. Caminhonetes como Saveiro, Fiorino, Montana e Strada também estão na lista dos ladrões. No ano passado, um comerciante do Jardim Ouro Verde, em Campinas, teve uma Strada furtada por duas vezes em menos de um mês. Da primeira vez, a vítima conseguiu recuperar depois de três dias, mas, na segunda vez, os bandidos conseguiram desaparecer com o veículo. “Eu sabia que era um veículo visado, mas, mesmo assim, quis comprar porque gostava. Fiquei protelando para fazer o seguro e quando me preparava para fazer, a caminhonete foi novamente furtada e fiquei com o prejuízo”, disse o comerciante que não quis se identificar. Para os casos de roubos e furtos de veículos, segundo o chefe de investigação da DIG, Marcelo Hayashi, existem duas finalidades: desmanche e crimes. No caso de desmanche, segundo Hayashi, a bandidagem usa de oportunismo. Como desde o ano passado as polícias civil, militar e a Guarda Municipal intensificaram as fiscalizações para combater os desmanches clandestinos, a bandidagem mudou a estratégia para o crime. Os carros são roubados por encomenda. “O mercado paralelo funciona de acordo com a necessidade. Se falta peças de determinado modelo, os criminosos buscam”, frisou o investigador. No caso de crimes, os carros são usados tão somente para fazer crimes. Neste caso, segundo o diretor Executivo do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São paulo (Sincor), Carlos Aparecido Cunha, os bandidos costuma roubar ou furtar carros potentes e com blindagem. Atualmente, os mais visados são o Jetta, o Golf e o Honda Civic, todos com turbo. “Os bandidos estão sempre de olho nos carros de quatro portas, independente do modelo. Isso para facilitar a fuga deles, no caso de perseguição”, disse Cunha.