Surgimento de vagas no mercado tem saldo positivo pelo terceiro mês consecutivo na região
A indústria de transformação foi o setor que mais gerou vagas na RMC (Cedoc/RAC)
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou o mês de setembro deste ano com geração positiva de 6.520 postos de trabalho, segundo estudo divulgado ontem pelo Observatório PUC-Campinas. Trata-se do terceiro mês consecutivo de saldo favorável ao emprego na região, que teve sérios impactos com a chegada da pandemia do novo coronavírus, sobretudo entre março e junho. Para a universidade, o reajuste está ligado à flexibilização das medidas de isolamento, aos efeitos dos programas federais protetivos de emprego e renda e aos esforços para organizar os estoques para o fim de ano. Apesar disso, a economista Eliane Rosandiski, responsável pelo estudo, afirma que ainda é cedo para apostar na continuidade dessa recuperação. Segundo ela, o movimento gradual de retomada das atividades permite com que várias pessoas, antes numa condição de inatividade e parcialmente financiadas pelo auxílio emergencial, retornem ao mercado de trabalho. “No entanto, como esse retorno está se convertendo em desemprego ou informalidade, há dúvidas quanto ao fôlego dessa recuperação, em especial a partir de janeiro de 2021, quando se encerram os programas protetivos de renda e emprego”, avalia ela. Em setembro, todas as vinte cidades da região, com exceção a Arthur Nogueira, tiveram saldos positivos na criação de vagas de trabalho. O maior índice de recuperação foi visto em Campinas, que oportunizou 1.935 novos postos. Outros destaques foram Indaiatuba e Americana, com 876 e 733 empregos gerados, respectivamente. No acumulado do ano, o saldo de postos de trabalho perdidos na região metropolitana como consequência da pandemia é de 19 mil profissionais. Dos setores de atividade, o que mais ofereceu oportunidades em setembro foi a Indústria de Transformação, com saldo de 2.559 novos postos de trabalho na região. A exemplo de agosto, o segmento de serviços de informação e comunicação; e atividades financeiras, imobiliárias, administrativas e profissionais, apresentou saldo positivo de 2.382 vagas. Já o Comércio, puxado pela reabertura de diversos estabelecimentos, gerou 1.065 novos empregos no mês. Segundo Eliane, os ajustes no mercado de trabalho regional favoreceram em setembro os grupos formados por profissionais com Ensino Médio (78% das vagas criadas) e pertencentes à faixa etária de 18 a 24 anos (50% dos postos). Trabalhadores acima de 50 anos seguem tendo seus espaços diminuídos. Por gênero, apenas 30% dos cargos criados foram preenchidos por mulheres. “Em Campinas, foi visível que o profissional mais velho e com baixa escolaridade ficou excluído do mercado de trabalho, enquanto jovens com ensino médio foram os mais procurados pelas empresas, por se tratar de um perfil de profissional com qualificação e que é mais barato (...) Ao que tudo indica, a maioria dos jovens foram contratos por um salário mínimo e por períodos temporários”, acredita a docente. Observatório PUC-Campinas O Observatório PUC-Campinas foi lançado em 12 de junho de 2018 com o propósito de atender às três principais atividades da universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da RMC; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade. A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da região. As informações englobam indicadores como renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde.