abastecimento

Gasolina supera já preço de março

Antes da pandemia, litro custava R$ 4,27 e, nesta semana, está sendo comercializado acima de R$ 4,30

Henrique Hein
21/10/2020 às 07:46.
Atualizado em 27/03/2022 às 19:50
Placa em posto de combustível mostra os números salgados: com demanda baixa, preço caiu para algo em torno de R$ 3,50 o litro, mas agora tudo mudou (Matheus Pereira/AAN)

Placa em posto de combustível mostra os números salgados: com demanda baixa, preço caiu para algo em torno de R$ 3,50 o litro, mas agora tudo mudou (Matheus Pereira/AAN)

O preço da gasolina em Campinas já superou o mesmo patamar de antes da pandemia do novo coronavírus. Em março, quando o Estado de São Paulo adotou as primeiras medidas de distanciamento social, o valor médio cobrado pelo litro nas bombas do município era de R$ 4,27. Com o alastramento do vírus, o preço do produto caiu vertiginosamente entre abril e julho, chegando a custar menos de R$ 3,50 em alguns estabelecimentos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nesta semana, já foi possível encontrar postos comercializando o combustível a mais de R$ 4,30. Na Avenida São José dos Campos, na região do Swiss Park, por exemplo, a reportagem do Correio Popular flagrou ontem a gasolina sendo vendida a R$ 4,50. De acordo com a ANP, a última vez em que o preço do produto foi vendido acima de R$ 4,30 foi em fevereiro, quando a média era de R$ 4,36. Há exatos dois meses, na semana entre os dias 16 e 22 de agosto, o valor do litro na cidade variava entre o mínimo de R$ 3,68 e o máximo de R$ 4,19, enquanto o preço médio estava em R$ 3,93. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (Recap), Flávio Campos, o aumento da gasolina ocorre por uma série de fatores que envolvem reajustes recentes feitos pela Petrobrás e a desvalorização do Real frente ao preço do barril do petróleo - que é comercializado em dólar no mercado internacional. “O etanol também vem aumentando semana após semana e já chegou no preço pré-covid. A tendência é subir mais”, disse ele. O especialista citou ainda a lei da oferta e demanda como um fator importante para o entendimento do aumento da gasolina. “Quando a gente chegou no ápice da pandemia, o combustível ficou a preço de banana e, como a demanda começou a subir, os preços também aumentaram”, destacou. Campos disse ainda que a Petrobras deverá promover novos reajustes para acompanhar o preço do mercado internacional, o que significa dizer que o valor do litro da gasolina deverá continuar subindo. Brasil Na primeira quinzena de outubro, o preço da gasolina no Brasil atingiu uma média de R$ 4,57 e voltou a patamares próximos aos do mês de janeiro - o período em que o produto apresentou o preço médio mais caro do ano, de R$ 4,72. Os dados fazem parte da nova pesquisa do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), que revela que a gasolina registrou quase 18% de variação nos preços ao longo do ano no País. O menor valor foi de R$ 4,00, em maio. De acordo com o levantamento, a gasolina mais cara foi encontrada na região Centro-Oeste, onde o combustível foi vendido a R$ 4,68. A mais barata ficou por conta da região Sul, onde foi comercializada a R$ 4,37 na primeira quinzena de outubro. O estudo também detectou uma grande variação de preço do etanol, que nos primeiros quinze dias do mês foi vendido a R$ 3,49, após uma diminuição de 0,24% frente ao mês de setembro. A região Centro-Oeste apresentou o valor mais barato do produto no Brasil, onde foi encontrado a R$ 3,15 nas bombas. A região Norte, por sua vez, liderou com o maior preço: R$ 3,72. Com relação ao diesel e ao diesel S-10, a região Norte também liderou com os maiores preços, fechando a quinzena com médias de R$ 3,88 e R$ 3,93. A região Sul ficou com os preços mais baratos: R$ 3,29 e R$ 3,35, respectivamente.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por