PUC-CAMPINAS

Garoto indígena ganha festa de aniversário no hospital

Menino foi trazido do Acre pelos Expedicionários da Saúde para passar por operação no fêmur

Da Agência Anhanguera
31/10/2020 às 10:37.
Atualizado em 27/03/2022 às 18:27
O pequeno E.K.M. de origem indígena, ganhou um bolo de chocolate da equipe médica do hospital (Igor Dia/PUC Campinas)

O pequeno E.K.M. de origem indígena, ganhou um bolo de chocolate da equipe médica do hospital (Igor Dia/PUC Campinas)

Quatro dias depois de uma operação muito especial, médicos e voluntários fizeram uma festa de aniversário no hospital da PUC-Campinas, ontem à tar</IP>de. O homenageado foi o pequeno E.K.M — um menino de origem indígena trazido do Acre para ser submetido a uma cirurgia em Campinas. E.K.M completou oito anos ontem e ganhou um bolo de chocolate do pessoal do corpo médico do hospital e de voluntários que trabalham na ONG Expedicionários da Saúde (EDS). O garoto pertence à etnia Munduruku, da aldeia indígena Sai-Cinza, mas nos últimos três meses sequer conseguia andar por conta de uma fratura no fêmur. A família contou que ele vivia deitado numa rede, quase sem perspectiva de locomoção.“Recebemos o contato da ONG e prontamente atendemos. Buscamos valorizar a dignidade humana com base na nossa missão católica”, afirma o chefe do Serviço de Ortopedia e Diretor Clínico do Hospital, Carlos Augusto Mattos. A cirurgia, realizada pelo ortopedista infantil Willisson Rebeiro no início da semana, durou três horas e foi bem-sucedida. Ainda não há previsão de alta e a recuperação será em torno de três meses.“A ONG tem a missão do cuidado da saúde dos indígenas que geograficamente são isolados, casos que não conseguimos cuidar na comunidade, pois temos um hospital de campanha, buscamos apoio em instituições de saúde. Como a fratura precisava de um tratamento altamente especializado, foi realizada uma mobilização e logística para acontecer”, explica o presidente da ONG EDS, Ricardo Affonso Ferreira.Idioma Uma das preocupações foi c<CW16>om a comunicação entre a equipe multiprofissional e a famí</IP>lia. Somente o pai entende e fala um pouco a língua portuguesa. “A equipe da assistência se empenhou e, por meio de imagens, possibilitou a comunicação alternativa com a mãe e com o pequeno”, destaca a terapeuta ocupacional, Fátima Brasileiro.E.K.M sofreu uma queda há três meses e fraturou o fêmur. A situação era muito séria, pois ele não podia mais andar. Com a dificuldade do deslocamento para uma unidade de saúde de um grande centro (os mais próximos da aldeia são Manaus e Belém), foi necessária uma mobilização da Secretaria de Saúde Indígena. O deslocamento só pode ser feito por transporte aéreo ou fluvial.  Outra dificuldade é que, por questões culturais, a família dificilmente sai da aldeia e também não se divide. Foi preciso deslocar toda a família para realizar o procedimento. Uma profissional da Saúde Indígena acionou, então, o presidente da ONG EDS, que fez o contato com o Hospital PUC-Campinas.

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