criminalidade

'Gangue do Rolex' é desarticulada

Policiais civis de Campinas desarticularam a Gangue do Rolex, que agia no Cambuí e passou a atacar na Chácara Gramado. Dois dos integrantes foram presos

Alenita Ramirez
18/09/2018 às 07:38.
Atualizado em 22/04/2022 às 03:10

Policiais civis de Campinas conseguiram desarticular um grupo de assaltantes conhecido como "Gangue do Rolex", que agia no bairro Cambuí e Chácara Gramado. Dois dos integrantes foram presos. Os suspeitos são de Sumaré e usavam uma chácara, no bairro Chácara Bela Vista, para reuniões do grupo e onde também guardavam os produtos roubados. Foram aprendidos cerca de R$ 5 mil em dinheiro, três relógios de pulso, dez folhas de cheques, dois veículos (um Agile e um Fiesta), sete celulares e dois revólveres (calibre 22 e calibre 32), além de dois projeteis de calibre 32 e uma porção de maconha, sendo a maioria no imóvel. O material foi apreendido ontem de manhã, durante cumprimento de mandado de busca, apreensão e prisão por investigadores do 10º Distrito Policial (DP) e 13º, com apoio do Garra e da Guarda Municipal (GM).  A operação foi comandada pelo 10º DP. Os policiais chegaram ao local após investigações baseadas na prisão de um dos integrantes do bando, no mês passado, pelo 13º DP. Os agentes acreditam que por conta da ação de combate ao crime na área do bairro Cambuí, os criminosos começaram a migrar para a região do Gramado. Os bandidos acompanhavam os alvos, que geralmente transitam em carros de luxo ostentando tais relógios. “Fomos procurado por um empresário que foi rendido no estacionamento de um shopping. A vítima informou que saiu do Cambuí e foi em direção ao shopping e acabou seguido por uma moto e um carro. Lá, foi abordado pelos bandidos e teve o relógio roubado”, contou o chefe de investigação, Marcelo Hayashi. O relógio do empresário é avaliado em R$ 32 mil, sendo um dos modelos mais simples, segundo a polícia. Com a prisão de Maicon Patrick Gomes da Silva, de 19 anos, pelo 13º DP, as equipes começaram a compartilhar informações, inclusive com a GM, que monitora as câmeras da cidade e, inclusive, já tinha monitorado alguns veículos. De acordo com Hayashi, os policiais conseguiram as imagens do circuito de câmeras do estacionamento do shopping e identificaram um Agile e uma moto Honda que acompanhavam o veículo do empresário. “Infelizmente a vítima não conseguiu descrever as características do autor, uma vez que estava de capacete e agiu com rapidez. Mesmo diante da falta desta prova testemunhal, prosseguimos as investigações e conseguimos identificar a placa da moto e do carro. A placa da moto estava dobrada para não ser captada por câmeras de vigilância”, disse Hayashi. Os proprietários dos veículos foram identificados, respectivamente, como Felipe Oliveira Melo, 23 anos, e Silva. Os policiais descobriram ainda que a quadrilha atuava na região de Taboão da Serra e tinha como liderança Valdir de Novaes que foi morto por policias do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em uma ação da quadrilha em um roubo de relógios Rolex. Novaes também era morador de Sumaré. Com a perda da liderança, os ladrões passaram a atuar na região de Campinas. Um sobrinho de Novais passou assumiu o comando da quadrilha na região e é ele que aparenta ser o passageiro que estava com Melo no carro durante a ação. Na semana passada, os policiais do 10º DP conseguiram junto a Justiça mandado de prisão, de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. No último sábado, dia 15, Melo, um dos principais alvos da operação de ontem, foi preso pela GM ao passar por umas das câmaras de monitoramento, em Campinas. A guarda já havia recebido o aviso da ordem de prisão e adiantou a detenção do suspeito com receio dele tentar uma fuga. Segundo as investigações, ele seria um dos principais articuladores da quadrilha. Ontem de manhã, os policiais deram continuidade à ação e cumpriram cinco mandados de busca e apreensão. Em um deles, a chácara que era de Valdir Novaes, localizada na Rua Francisco Queiroz Guimarães. Lá, os policias encontraram o dinheiro, os relógios, as folhas de cheques e um Ford Fiesta, além das armas e dos projeteis. Uma das armas estava escondida em um campo de futebol e foi achada com a ajuda de cães farejadores da GM. Três pessoas que estavam no local foram levadas para a delegacia para prestarem depoimento e em seguida liberadas. Esconderijo No Fiesta, os policias descobriram um compartimento no painel, do lado do passageiro, e acima do porta-luvas, que funcionava como um cofre, onde os criminosos escondiam as armas, roupas usadas por eles e os relógios roubados. Segundo Hayashi, esse artifício é usado pelos bandidos para despistar a polícia durante uma abordagem. “Nota-se que esse tipo de ação, um motoqueiro recebe de um comparsa que chega com um veículo, uma arma e assim realiza a abordagem e rouba o alvo em frações de segundo. Logo após o motoqueiro devolve a arma e entrega o objeto roubado ao veículo que o aguarda”, descreveu o chefe de investigação. Ainda segundo Hayashi, durante a ação, os criminosos que estão na moto trocam de camisa e jaqueta para dificultar o reconhecimento. “Geralmente as placas das motos são adulteradas, dobradas ou tiradas, mas os veículos são sempre carros com documentações em ordem e proprietários idôneos”.

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