Mãe elege obra no São João para esvaziar seu marsúpio e cuidar dos filhotes
Polícia Ambiental, que resgatou em agosto 56 animais, salva família (Wagner Souza/AAN)
Uma gambá e seus três filhotes fizeram com que a obra no portão de uma chácara fosse suspensa ontem por quase sete horas, até que a Polícia Ambiental retirasse os animais do local, no bairro São João, na região de Viracopos, em Campinas. A ninhada estava debaixo de uma pilha de madeiras, encostada no muro do imóvel e foi descoberta quando o pedreiro Jesus Lisboa Dantas, 43 anos, e o dono da chácara começaram a remover a madeira. “Ela estava em uma espécie de fornalha com os filhotes e ficou brava ao nos ver. Eu sabia que era um gambá e decidimos pela remoção da madeira para não espantar a mãe com os filhotes”, disse Dantas. Para manter os bichinhos no ninho, o pedreiro colocou uma telha sobre o local e foi fazer outro serviço. “O homem está invadido a natureza e esses bichinhos buscam locais seguros para se reproduzirem e se alimentarem. Estão em busca de sobrevivência e não podemos matar”, falou. De acordo com a Polícia Ambiental, só neste ano o órgão já atendeu cerca de 260 chamados sobre localização e resgates de animais, especialmente silvestres. Em agosto, a Polícia Ambiental recolheu 38 animais e 18 pássaros e todos foram levados para locais apropriados. Após o resgate, eles são destinados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) ou Centro de Tratamento de Animais Silvestres (Cetas), além dos Zoológicos ou locais cadastrados para receber animais silvestres. Segundo o porta-voz da Polícia Ambiental de Campinas, 2º Sargento Maxmiliano Ferreira da Silva, quando uma pessoa encontra um animal silvestre, seja no quintal de casa ou em qualquer outro local de que haja circulação de pessoas, orienta-se acionar os órgãos especialistas em questões ambientais, tais como a Polícia Ambiental, ou o Corpo de Bombeiros ou a Zoonoses. “É primordial a questão da segurança não só do animal, mas da pessoa. O cidadão ter uma inteiração com o animal silvestre não é salutar, tanto para o animal como para a pessoa, pois existe um risco muito grande para acontecer um acidente. O ideal é acionar os órgãos especializados para que eles façam a contenção adequada desses animais silvestres e possivelmente a reinserção dele na natureza de uma forma tranquila ou de salvaguardar a segurança dele mesmo”, disse o sargento. “Então qualquer cidadão que quer conter, matar por medo e ou alguma coisa, não é salutar. A gente tem ferramentas, treinamentos e órgãos especializados e adequados para contenção de cada animal silvestre, de forma a salvaguardar não só o animal, mas também o cidadão”, frisou.