Galterio nega acusações em declaração ao PSB

O presidente do PSB de Campinas, Wanderley Almeida, disse nesta sexta-feira (12) que o vereador Paulo Galterio (PSB) negou as denúncias feitas pelo Correio, com relatos de moradores, de que ele teria se apropriado de um campo de futebol público no Jardim Rossin, na região do Campo Grande, e passado a cobrar uma taxa de R$ 30,00 por cada time de futebol amador.

Almeida, que é secretário de Assuntos Institucionais e homem de confiança do prefeito Jonas Donizette (PSB), esteve ontem com o vereador pessoalmente pela primeira vez após as denúncias. Galterio não quis falar com a reportagem em nenhuma das vezes em que foi procurado.

Segundo Almeida, apesar das acusações feitas pelos moradores, não há indícios suficientes e a comissão de ética da sigla só vai investigá-lo caso haja uma representação formal. “A reportagem tem testemunhos, está embasada, mas eu não tenho nenhuma denúncia formal.”

Jonas também preferiu não se manifestar sobre o assunto e delegou ao presidente do PSB a função de pedir explicações ao vereador. Galterio foi eleito com 3,5 mil votos. Segundo Almeida, o vereador assumiu que apoia os times amadores da região do Campo Grande, mas que os patrocínios foram feitos com seu dinheiro e fora do período eleitoral. “Ele não nega ter um relacionamento com os times, mas tudo coisa que faz com recurso próprio”, disse.

A denúncia feita pela população do Jardim Rossin é que, antes das eleições, ele prometeu recuperar o campo de futebol, mas no local construiu um bar que é comandado por uma pessoa de sua confiança e aberto em dias de partida, aos finais de semana, além da cobrança pelo uso. Nos bairros Florence 1 e 2 ele teria construído um vestiário em um campo, agora em situação precária, e transformado uma área pública em um campo de futebol.

Almeida disse que Galterio também admitiu a notícia publicada nesta sexta-feira que revela que ele é alvo de 32 processos instaurados no Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ele já foi absolvido em quase todos e disse que tem um escritório de advocacia com 10 mil clientes.” A justificativa pelo número de processos é de que a simples perda de um prazo judicial poderia motivar um cliente a representá-lo. Todos os processos são sigilosos.

O comandante da legenda admitiu que as denúncias desgastaram a imagem do partido. A situação deixou muitos filiados e aliados em uma saia justa. “A Justiça considerou ele elegível. É preciso ter denúncias comprovadas.”

Na Câmara, os vereadores evitaram se comprometer e não se manifestaram sobre o assunto. Somente Paulo Bufalo (PSOL) subiu na tribuna para falar sobre o assunto. A Corregedoria da Casa abriu uma investigação para apurar as denúncias. O corregedor Cidão Santos (PPS) afirma que os trabalhos já começaram, mas que são sigilosos.

A Prefeitura também prometeu retomar o campo de futebol no Rossin. Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, uma equipe está avaliando as condições jurídicas do terreno.