SEGURANÇA

Gabinete vai mapear crime na RMC

Uma das principais metas do grupo, oficializado ontem, é o uso de câmeras inteligentes na região

Luciana Félix
28/02/2013 às 10:13.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:49
Prefeito Jonas, em mesa com a cúpula da polícia (Alessandro Rosman/AAN )

Prefeito Jonas, em mesa com a cúpula da polícia (Alessandro Rosman/AAN )

O secretário de Estado da Segurança Pública (SSP), Fernando Grella Vieira, formalizou ontem, em Campinas, a criação do Gabinete de Segurança para conter a escalada de violência, com atuação regional, ampliada para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), que incluiu 18 municípios além de Campinas. A área de abrangência foi definida devido à proximidade entre as cidades — a maioria delas, conurbadas — e a atuação na região servirá de modelo para implantação em outras regiões metropolitanas do Estado.

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O secretário-adjunto da SSP, Antonio Carlos da Ponte, foi nomeado por Grella como representante do Estado no grupo que fará reuniões bimestrais. A intenção da comissão é que os municípios, o Estado e as polícias mapeiem os pontos críticos de ações criminosas e apontem soluções para diminuir a criminalidade de forma integrada na região. Uma das principais metas é que as cidades do grupo instalem sistema de câmera de monitoramento inteligente (com leitura de placas de veículos) para auxiliar no trabalho das forças de segurança.

Além do Gabinete regional, Campinas terá um Comitê de Segurança paralelo no qual serão discutidas situações locais. A primeira reunião será feita no próximo mês, com a presença de Ponte, além dos comandos das polícias e a presença dos Conselhos Municipais de Segurança (Consegs). No encontro, serão tratadas ações baseadas nos dados da criminalidade dos meses de janeiro e fevereiro. Na semana passada a PM iniciou operações mensais em Campinas para reduzir os índices de criminalidade. Só neste mês, a cidade registrou quatro latrocínios.

A integração de forças entre Município e Estado em um gabinete foi anunciada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) no início deste mês, com o foco em Campinas. Porém, após análises das autoridades foi entendido que as ações devem ocorrer em toda região. “Campinas não é isolada, as ações violentas ultrapassam os limites do município. Nossa região é dividida em dois comandos, tanto de Polícia Militar quanto Civil. Vimos que existia essa necessidade de fechar ações em um bloco”, afirmou Jonas, que sugeriu ao secretário de Estado a integração.

A assinatura da resolução que formalizou o Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública da Região Metropolitana de Campinas (Gamesp) — como foi batizado — teve a participação de 12 prefeitos de municípios da região e do secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita. Ainda não há uma data definida para a primeira reunião e nem ações concretas a serem iniciadas.

Os encontros ocorrerão na sede da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), que pertence à secretaria estadual de Desenvolvimento Metropolitano. “O Gabinete funcionará como exemplo para as demais áreas do Estado. Será uma parceria em que todos serão ouvidos. A Agemcamp será um braço técnico, planejando o diagnóstico e a solução junto aos outros órgãos. Cada cidade formará seu comitê, e juntos, analisaremos o que deve ser feito”, afirmou Mesquita.

“Não é possível construir soluções sem dialogar. A principal intenção desse gabinete é desenvolver um diálogo para que as soluções sejam encontradas. Além de que a questão da criminalidade não tem como ser resolvida de uma hora para outra. São conjuntos de medidas que com o tempo fazem as estatísticas diminuírem. O trabalho em conjunto do Município, com a Guarda Municipal dando apoio às polícias na preservação de vias e espaços públicos, somado aos esforços do Estado, com as operações de policiamento, reduzirá esses índices que tanto preocupam a população e as autoridades”, afirmou Grella. O secretário acredita que o videomonitoramento nos municípios pode auxiliar a polícia. “As cidades que ainda não têm esse sistema, deveriam pensar em estudar essa forma de monitoramento inteligente. Ela auxilia os trabalhos da polícia e agilizam, além de inibir ações de criminosos”, informou.

A instalação de câmeras já foi debatida na RMC, que reserva verbas para a implantação de monitoramento em cidades que apresentem um projeto para isso. Não há um sistema integrado na região hoje.

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