1ª fase

Fuvest reforça fama de 'vilã' com prova difícil

A primeira fase foi aplicada neste domingo (26) para 125.015 candidatos, entre os 137.581 inscritos. O índice geral de abstenção foi de 9,1%, o menor já registrado nos últimos sete anos

Inaê Miranda
26/11/2017 às 22:51.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:39
Vestibulandos aguardam a abertura dos portões na Unip Swift, o principal local de provas em Campinas (Dominique Torquato)

Vestibulandos aguardam a abertura dos portões na Unip Swift, o principal local de provas em Campinas (Dominique Torquato)

Temida pelos vestibulandos, a Fuvest reforçou o título de “vilã” com questões mais longas, prova de exatas trabalhosa e maior exploração das obras de leitura obrigatória. A primeira fase foi aplicada neste domingo (26) para 125.015 candidatos, entre os 137.581 inscritos. O índice geral de abstenção foi de 9,1%, o menor já registrado nos últimos sete anos. Em Campinas, o exame foi realizado em três locais — na Faculdade Anhanguera do Taquaral, na Unip Swift e no Colégio Liceu Nossa Senhora Auxiliadora — e a abstenção ficou um pouco acima da média (10,6%) – dos 8.190 candidatos, 866 não compareceram. Entre os temas abordados estavam genética e o Acordo de Paris. A divulgação dos aprovados para a segunda fase acontecerá no dia 18 de dezembro. A primeira fase foi composta por 90 questões de biologia, física, geografia, história, inglês, matemática, português e química. Todas foram do tipo teste de múltipla escolha, com cinco alternativas. Segundo a Fuvest, os portões dos 105 locais de prova distribuídos em 33 cidades do Estado de São Paulo foram fechados sem incidentes e de acordo com o horário oficial de Brasília, a partir das 13h. Os estudantes puderam deixar as salas a partir das 16h e o encerramento foi às 18h. Ao todo, a Fuvest oferece 8.402 vagas na Universidade de São Paulo (USP) distribuídas em 182 cursos de graduação. Em Campinas não houve registros de incidentes durante nem problemas com o trânsito, apesar do tempo chuvoso. Na Unip Swift, local com o maior número de candidatos, o trânsito estava tranquilo e ninguém ficou de fora, mas ao menos seis pessoas chegaram nos últimos três minutos antes do fechamento dos portões. Os vestibulandos se mostravam bem preparados, mas o clima era de apreensão e friozinho na barriga. Natasha da Silva Rezende, de 17 anos, é de Americana e tenta uma vaga no curso de Administração. Para não correr riscos, saiu de casa por volta das 9h e chegou três horas antes do início. Segundo ela, foi um ano de muito estudo. “Fiz um plano de estudo em casa. Agora é a hora final”. Rodrigo Eiji Ishiuti, de 20 anos, é de Campinas e tenta a Fuvest pela primeira vez. Ele participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do vestibular da Unicamp com o foco em Engenharia, e na USP tenta Design. “Ia a alguns plantões para me preparar em áreas que tinha mais dificuldade, como redação, e estudava também à tarde ou à noite”. A palavra difícil foi utilizada pela maioria dos candidatos para definir a prova. “Entre as três estaduais (USP, Unesp e Unicamp), a de hoje foi a mais difícil. Tinha muita pegadinha”, disse Camila Zangiacomi de Souza, de 19 anos, que tenta vaga em Nutrição. Carolina Fantinatto de Souza, de 18, que tenta Artes Cênicas, disse que o exame foi cansativo, com muito texto. “Tudo que caiu a gente já viu, mas as questões estavam mais complicadas”. “Foi mais difícil do que eu esperava, especialmente exatas”, disse Melany Bianchi, de 17 anos, que tenta vaga no curso de Direito. Diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo afirmou que a dificuldade já era esperada. “Se disseram que surpreendeu é bobagem, porque a Fuvest é exigente. Talvez eles tenham um pouco de razão em relação aos enunciados das questões de física e química, que estavam maiores. As bancas procuraram contextualizar mais as questões, seguindo uma tendência que a gente observa no Enem, mas com grau de exigência maior”, avaliou. Sobre matemática, Tasinafo acrescentou que estava bastante trabalhosa, mas que foram cobrados temas que costumam cair, como funções e análise combinatória. “Então, não dá para dizer que foi surpresa”. Em biologia, ele ressaltou que a banca cobrou uma densidade de conteúdo grande, mas os enunciados eram menores. Em comparação com a prova da Unicamp, ele afirmou que a da Fuvest estava menos atual. “As duas mais atuais falavam sobre a política externa de Donald Trump (presidente dos Estados Unidos), a partir de uma crítica da Angela Merkel (chanceler da Alemanha) sobre o protecionismo e isolacionismo; e sobre os 30 anos do acidente com o Césio-137 em Goiânia. O QUE VEM POR AÍ Unesp As provas da segunda fase serão aplicadas nos dias 17 e 18 de dezembro (domingo e segunda-feira). O resultado final será divulgado em 2 de fevereiro. Unicamp A lista de aprovados na primeira fase será divulgada no dia 11 de dezembro, junto dos locais de prova da segunda fase e das notas de corte por curso. A segunda fase será realizada em 14, 15 e 16 de janeiro. As Provas de Habilidades Específicas para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança serão feitas entre 23 e 26 de janeiro, em Campinas. A divulgação da primeira chamada para matrícula não presencial será no dia 8 de fevereiro. Fuvest A divulgação dos candidatos convocados para a prova da segunda fase será no dia 18 de dezembro, quando também serão apresentados os locais de prova. Nos dias 7, 8 e 9 de janeiro serão aplicadas as provas da segunda fase. A divulgação dos aprovados na primeira chamada será no dia 2 de fevereiro.

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