jequitibás

Futuro do Bosque divide campineiros

A Associação Amigos do Bosque dos Jequitibás preparou um ato em que tentou convencer frequentadores a pedir a suspensão do projeto da Prefeitura

Da Agência Anhanguera
22/10/2019 às 07:34.
Atualizado em 30/03/2022 às 14:23

Agentes da Guarda Municipal tiveram de intervir para evitar confronto em manifestações ocorridas no domingo, entre os que são contra e aqueles que defendem a desativação gradual do minizoológico do Bosque dos Jequitibás. A Associação Amigos do Bosque dos Jequitibás preparou um ato em que tentou convencer frequentadores a pedir a suspensão do projeto da Prefeitura que prevê o fim da exposição em cativeiro de animais no parque. A ideia, segundo o presidente da Associação, Alonso Lino de Farias, é convencer a Prefeitura a manter as espécies de animais já existentes no Bosque hoje, como macacos, leões, hipopótamos, além de aves e outros de menor porte. "As pessoas vêm pra cá por causa dos animais", argumenta Alonso. "As famílias, as escolas e as crianças só aparecem por aqui por causa dos animais", reforça ele. "E se a família sair, bandido entra", adverte. Um grupo que quer o fim do cativeiro, porém, tentou convencer os frequentadores do contrário. Abriu cartaz para pedir o fim de animais em cativeiro. Houve momentos de tensão entre os dois grupos e a GM foi acionada para evitar excessos. "Os manifestantes, poucos, entraram com uma faixa grande e a administração do Bosque chamou a GM. Esse é o motivo da guarda ter ido lá na manifestação. Mais tarde, uma advogada se disse a favor dos animais e discutiu rapidamente, mas sem maiores consequências e nem necessidade da GM", disse o ativista da causa animal, Flávio Lamas. Lamas avalia que pessoas estão tentando desvirtuar a proposta da Prefeitura para confundir a opinião pública. Segundo ele, só vão desaparecer do Bosque os animais de grande porte, como leões ou hipopótomos, já que, na medida em que forem morrendo não serão substituídos, num processo que deve durar um tempo estimado de 10 anos. Segundo Lamas existem hoje pelo menos 200 animais de pequeno porte que vivem livres no Bosque e, estes, continuarão no parque. “Se, por exemplo, o Bosque receber um animal que não possa mais ser reintroduzido na natureza, como aqueles que sofreram ferimentos graves e definitivos, defendemos que fique no Bosque para que possa ser usado em ações de conscientização das pessoas”, acrescentou ele. O projeto No início do mês, o prefeito Jonas Donizette (PSB) assinou projeto de lei que pretende proibir a exposição de animais silvestres em cativeiro em parques, praças e bosques da cidade. Com a medida, o Bosque dos Jequitibás deverá deixar de ser um zoológico em cerca de dez anos. Jonas Donizette justificou a criação da lei a uma adequação às mudanças dos tempos. De acordo com ele, em épocas passadas era comum as pessoas contemplarem animais enjaulados, porém, nos tempos atuais, isso mudou. A nova geração está vindo com um novo olhar sobre a liberdade dos animais e as crianças, que visitam o bosque, por exemplo, se sentem incomodadas. "Campinas é uma cidade que as pessoas têm um amor, uma dedicação muito grande pelos animais e vejo que essa nova geração que vem crescendo não quer ver os animais presos. Temos mentalidades diferentes, no passado era de um jeito e dos novos tempos, é de outro", disse o prefeito. De acordo com o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Dimas Paulella, hoje o Bosque conta com cerca de 200 animais em cativeiros como aves, répteis, leões, onça, jaguatirica, hipopótamo, lontra, veado, macaco e outros, Esses animais nasceram no local e, se forem soltos, não se adaptariam mais à liberdade. Quando estas "gerações" morrerem, não serão mais substituídas. Além destes que estão em cativeiro, há outros cerca de 200 que circulam soltos pelo local, como cotias, preguiças, tatus e aves e que não serão retirados. A proposta do atual governo é de que o Bosque se torne um santuário para ajudar na preservação da fauna e no estudo das espécies. Audiência A intenção de Prefeitura de estabelecer regras para criação de animais para a comercialização e a que pretende disciplinar a permanência de animais em cativeiro no Bosque dos Jequitibás, vai ser tema de uma audiência na Câmara Municipal no dia 4. O vereador Marcelo Silva (PSD) pretende levar para o encontro, membros da Associação Amigos do Bosque e os que são contra a manutenção de animais em cativeiro. Além disso, vai pedir a presença de representantes da prefeitura. “Na verdade, vamos tentar entender esses projetos e ver o que cada grupo pensa a respeito”, disse o vereador. “Porque, pelo que eu estou sabendo, se qualquer animal morrer no Bosque, por exemplo, não mais será reposto. E isso não valeria apenas para os grandes”, disse. O projeto do Executivo prevê que animal cuja espécie que já vive solto, continuará no bosque.

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