Uma paralisação de funcionários devido aos constantes atrasos de pagamento de salários e benefícios afetou o atendimento no Hospital Metropolitano
Uma paralisação de funcionários devido aos constantes atrasos de pagamento de salários e benefícios afetou o atendimento no Hospital Metropolitano, em Campinas, na manhã de ontem. Segundo José Tedesco, advogado do hospital, alguns clientes preferiram não entrar na unidade médica ao perceber a movimentação dos grevistas na portaria. De acordo com ele, o atendimento dos pacientes internados, entretanto, não foi prejudicado, apesar de 70% do efetivo do turno ter cruzado os braços. Na última quarta-feira, o Sinsaúde, sindicato que representa a categoria em Campinas e região, enviou um ofício ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 15ª região comunicando a realização da greve. A entidade informou que apenas 60% dos vencimentos de maio foram pagos. Além disso, o sindicato cobra também que a nova gestão se comprometa a pôr um fim nos pagamentos parcelados, que ocorrem há anos no hospital. Outra reivindicação diz respeito à regularização das cestas básicas, que também estão atrasadas, e para que o pagamento das férias seja respeitado. No caso, sendo efetuado quando o trabalhador sair para gozar do descanso, o que não vem ocorrendo. Tedesco esclareceu que os problemas financeiros foram herdados da administração anterior. O Hospital Metropolitano foi comprado recentemente. "Hoje (ontem), completamos uma semana de trabalho. As pendências serão acertadas de forma natural e gradativamente", disse. Ainda pela manhã, houve uma reunião entre as partes. O Sinsaúde informou, em nota, que os trabalhadores voltaram ao trabalho no período da tarde, porém, o estado de greve foi mantido até a próxima sexta-feira, quando o hospital assegurou que vai pagar os 40% restantes do salário do mês passado. "Caso o Metropolitano não cumpra o acordado, uma nova mobilização começa na segunda-feira", diz o texto. “Os trabalhadores decidiram encerrar a paralisação, pois agora temos um documento assinado pelo hospital se comprometendo a resolver os problemas", disse Sofia Rodrigues do Nascimento, vice-presidente do Sinsaúde. A sindicalista afirmou ainda que o MPT será notificado sobre o acordo. Pelo combinado, 50% do salário de julho será quitado até o quinto dia útil e o restante até o dia 20. A entrega da cesta básica do mês também não atrasará. No que diz respeito aos vencimentos de agosto, a porcentagem a ser paga dentro do prazo sobe para 70%, sendo que o restante permanece programado para o dia 20. Contudo, na ocasião, serão entregues duas cestas básicas, regularizando assim uma unidade que está em atraso. A partir de setembro, o compromisso estabelece que o salário será pago integralmente até o quinto dia útil referente a cada período. As cestas básicas, porém, continuarão sendo fornecidas em dobro até que o número pendente seja regularizado. Outras demandas envolvendo valores relativos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo, serão debatidas mais à frente. Ao todo, 220 colaboradores do Hospital Metropolitano são representados pelo Sinsaúde.