POR REAJUSTE

Funcionários da Unicamp deflagram greve

O Cruesp oferece apenas aumento de 1,5% e se nega a debater novo índice

Rogério Verzignasse
22/05/2018 às 14:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 09:37
Para dia 28, está marcada uma greve conjunta de todas as universidades paulistas (Matheus Pereira)

Para dia 28, está marcada uma greve conjunta de todas as universidades paulistas (Matheus Pereira)

Funcionários da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deflagaram greve na manhã de terça-feira e pressionam a reitoria a conceder um reajuste salarial de 12,5%, relativo às perdas inflacionárias acumuladas nos últimos três anos. O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) oferece aumento de 1,5%, e não se dispõe a negociar um novo índice. Na terça-feira, os grevistas fizeram uma passeata pelas alamedas do campus e se concentraram na frente da reitoria no final da manhã. A adesão foi pequena, mobilizou poucas dezenas de trabalhadores. Mas o manifesto, segundo as lideranças sindicais, foi apenas um prenúncio do se programa para o dia 28, quando os servidores da Unicamp, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vão paralisar as atividades simultaneamente, na Capital e por todo o Interior. “A passeata tinha representantes de todos os departamentos técnicos e administrativos engajados no movimento”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), João Raimundo Mendonça de Souza. “A categoria está indignada com a postura intransigente do Cruesp, que se nega a debater a situação com os sindicatos, as associações de professores e de alunos. A gente não pode admitir que o Conselho Universitário seja simplesmente informado sobre um índice aleatório de reajuste.” Para Raimundo, há três anos as universidades públicas rejeitam conceder reajustes usando como justificativa a crise financeira e a consequente queda na arrecadação estadual de impostos. Mas hoje, diz, existe de fato um aumento gradual da arrecadação do ICMS, fonte dos recursos que mantêm os campi. “Entre janeiro e abril, aconteceu de fato arrecadação maior. O servidor não tolera mais a situação”, diz. Raimundo afirma que, até o final da semana, profissionais de todos os departamento da Unicamp estarão mobilizados. Ele garantiu que 30% dos servidores serão mantidos em setores essenciais de prestação de serviços, como o Hospital de Clínicas, exatamente como determina a lei.Outro lado Em nota oficial, a reitoria informou que todas as unidades de ensino e pesquisa funcionaram normalmente terça-feira. O atendimento na área da saúde também era normal, com todos os procedimentos mantidos. O reitor Marcelo Knobel explicou, por meio da assessoria de comunicação, que o índice de 1,5% proposto é o que “a conjuntura atual permite e está em consonância com os preceitos de responsabilidade com a gestão pública”. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por