REITORIA OCUPADA

Funcionários contrários a ocupação fazem ato nesta quinta

Manifestação é organizada pelos funcionários que se indignaram com a depredação da reitoria

Felipe Tonon e Patrícia Azevedo
09/10/2013 às 19:01.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:45
Cartaz contrário a invasão da reitoria da Unicamp: movimento dividido ( Dominique Torquato/AAN)

Cartaz contrário a invasão da reitoria da Unicamp: movimento dividido ( Dominique Torquato/AAN)

Apesar de o grupo de invasores da reitoria da Unicamp declarar que está recebendo total apoio da comunidade acadêmica, funcionários da instituição que não concordam com a postura dos estudantes preparam para quinta-feira um ato em frente à reitoria ocupada. Os detalhes do manifesto público foram tratados nesta quarta-feira (9) em reunião. Eles são contrários à invasão e querem que os estudantes desocupem o prédio. Nesta quarta, o clima foi tranquilo em frente à ocupação. Uma assembleia com os estudantes para definir o futuro do movimento será realizada na sexta-feira (11). Nesta quarta-feira, os estudantes que protestam na Unicamp se juntam aos da Universidade de São Paulo (USP) em uma manifestação na Avenida Paulista.O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) informou que desconhecia o movimento contrário e que está do lado dos estudantes. No dia 4 de outubro, segundo dia da invasão, o STU esteve no prédio da reitoria e declarou apoio aos universitários. A entidade também é contrária à presença da PM no campus. Segundo o diretor do STU, Antônio Alves Neto, a polícia "não é a solução para melhorar a segurança" , disse, na semana passada. Nesta quarta, um dos diretores do Sindicato, Paulo Gouveia, reafirmou a postura da entidade. "Não estamos sabendo de nada. A universidade é grande, pode haver pessoas que não concordam com a ocupação, mas somos totalmente a favor do movimento dos estudantes."O ato de amanhã (quinta-feira), marcado para começar ao meio dia, está sendo organizado pelos funcionários que se indignaram com a depredação da reitoria. Muitos trabalham no prédio e estão impedidos de exercerem suas atividades desde a semana passada.Eles pretendem reunir centenas de trabalhadores da universidade que também não apoiam os estudantes e entregar uma carta aberta à população.Nesta quarta, a Unicamp informou que irá submeter a presença da Polícia Militar no campus à aprovação do Conselho Universitário (Consu), que é o órgão máximo de deliberação da universidade, composto por representantes da reitoria, dos professores, funcionários e estudantes. A decisão de aceitar a ajuda oferecida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e permitir que a PM faça rondas no campus foi anunciada no dia 26 de setembro ao Correio. Segundo a assessoria de imprensa da Unicamp, ainda não há prazo para que o assunto seja votado.A decisão é um dos frutos da reunião que representantes da reitoria tiveram na noite de segunda-feira (7) com membros do grupo de mais 200 alunos que ocupam a reitoria desde a última quinta-feira (3). No encontro ficou determinado que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) se compromete em reparar todos os danos materiais provocados durante a ocupação da Reitoria.No dia seguinte à ocupação, a Reitoria obteve na 2ª Vara da Fazenda de Campinas uma liminar determinando a reintegração de posse do prédio. No entanto, a Reitoria segue negociando uma solução pacífica para a desocupação do prédio e não acionou a Polícia Militar para garantir a desocupação.Por meio de nota oficial, a Unicamp informou que nenhum convênio foi firmado com a Polícia Militar para a realização de rondas ostensivas no campus e "reafirmou o compromisso de estabelecer um debate amplo com toda a comunidade para discutir um plano de segurança e vivência nos campi da universidade."A universidade atendeu à reivindicação dos alunos para melhorar a poda da vegetação, melhorar a iluminação e incrementar a circulação do coletivo externo noturno no campus.Disse, porém, que não concorda em desistir da sindicância instalada para apurar os fatos que resultaram na morte do estudante Denis Casagrande, conforme reivindicam os estudantes. "A sindicância seguirá o seu curso normal. Esse procedimento é importante para aperfeiçoar o sistema de segurança", afirma a nota.A contraproposta será levada aos estudantes sexta-feira, em assembleia marcada para o meio dia em frente à reitoria. MobilizaçãoA ocupação do prédio da reitoria é feita por alunos de vários institutos. Como forma de apoio ao movimento, muitos institutos estão se mobilizando para fazer paralisações e até uma greve geral. Entre os institutos que já aderiram ao movimento estão o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), o Instituto de Artes e o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Veja também Ocupação da Unicamp completa uma semana Nova assembleia para decidirem se continuam ou se deixam o prédio está marcada para o 12h Funcionários fazem ato contra invasão de prédio da Unicamp Trabalhadores não concordam com depredação da reitoria, ocupada por estudantes há 6 dias Funcionários da Unicamp reagem à invasão Grupo contrário ao protesto de estudantes faz ato em frente à reitoria hoje; funcionários são contrários à invasão Unicamp cede: presença de PM será votada por conselho Decisão de aceitar a ajuda da PM ficará para o conselho; ainda não há prazo para a votação Estudantes seguem na reitoria; DCE assume prejuízos Alunos rejeitam acordo após reunião com comando da Unicamp e não têm prazo para deixar reitoria

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