MOBILIZAÇÃO

Funcionários anunciam greve no Hospital Celso Pierro

Sinsaúde definiu paralisação por reajuste de salários a partir desta terça-feira (18)

Patrícia Azevedo
18/06/2013 às 08:46.
Atualizado em 25/04/2022 às 16:45

Funcionários do Hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas, deflagraram estado de greve e anunciaram paralisação para hoje, a partir das 6h. A decisão foi tomada na noite de ontem em assembleia realizada pelos profissionais e o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sinsaúde). A categoria pede aumento salarial de 20% e melhorias no serviço de assistência médica dos trabalhadores.

A paralisação deverá ter adesão de técnicos de enfermagem, enfermeiros e funcionários dos setores administrativos, limpeza e segurança. Ao todo, trabalham no Celso Pierro 2,1 mil pessoas, divididas em quatro turnos. Desse total de funcionários, 500 são médicos, segundo a instituição.

Eles ficarão de fora da greve porque não são representados pelo Sinsaúde.

Segundo a diretora do sindicato, Leide Menegatti, a previsão é de que a adesão à greve seja grande entre os trabalhadores. No entanto, ela garantiu que a lei será respeitada e mantida a cota de 60% dos enfermeiros nas unidades de terapia intensiva (UTI) e 30% nos demais setores do hospital para garantir assistência mínima à população.

De acordo com o hospital, são atendidas, em média, 500 pessoas no pronto-socorro infantil e adulto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ambulatório — onde são realizados atendimentos com consulta agendada — são cerca de 500 pessoas por dia e uma média de 15 mil pacientes por mês. Nos leitos, são realizadas 1,2 mil internações por mês no hospital.

Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 20%, o que não foi aceito pela direção do hospital, que ofereceu 7%. Segundo o sindicato, também foi pedido que seja estabelecido o piso de R$ 1.050,00 para a categoria que recebe o salário mais baixo. Nesse caso, estão inseridos os trabalhadores que exercem a função de auxiliar de limpeza e hoje ganham R$ 850,00. Para os demais profissionais, a proposta é que se mantenha o reajuste de 20%.

Outra reivindicação é quanto à assistência médica, benefício dos trabalhadores e válido para seus dependentes de até 14 anos. Esse serviço prevê que os funcionários sejam atendidos junto com os pacientes que possuem convênio médico. No entanto, segundo a diretora do Sinsaúde, o atendimento é precário e há falta de médicos. “Muitas vezes, há funcionários que procuraram atendimento à noite e não há ninguém para atender”, disse.

Em nota oficial, a direção do hospital informou que “o índice proposto (aos trabalhadores) está acima do repasse dos recursos públicos e repõe a perda inflacionária do período de um ano”. O hospital também garantiu a reestruturação no plano de saúde dos profissionais que, segundo a entidade, será feito por meio de um convênio particular, cuja empresa não foi definida. Hoje, os funcionários podem ser atendidos junto com os usuários da Unimed, por exemplo.

Ainda em nota, o hospital solicitou “responsabilidade” dos profissionais e que “não causem prejuízos à população de Campinas e região”. Informou que “sempre honrou com seus compromissos perante os profissionais”.

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