Cerca de 25 mil torcedores que se reuniram ontem em frente ao megatelão lamentam resultado
Time de Tite leva desespero para a galera que assistiu à partida pelo megatelão (Leandro Torres/AAN)
Da expectativa de uma revanche histórica com os franceses às lágrimas da frustração. A multidão que se aglomerou para apoiar a Seleção Brasileira na tarde de ontem, no Largo do Rosário, em Campinas, viveu todas as sensações que uma partida de futebol pode proporcionar. Entre elas, a tristeza foi a que permaneceu após o apito final. Segundo a Guarda Municipal (GM), aproximadamente 15 mil pessoas acompanharam o duelo contra a Bélgica pelo megatelão instalado no local. Já para Rodrigo Ribas da Prox Mídia, empresa responsável por montar a estrutura, foram cerca de 25 mil torcedores. O organizador informou que, apesar da derrota da equipe comandada pelo técnico Tite, a tela de LED de 250 m² (25m x 10m), deve continuar funcionando até a final do Copa do Mundo. Muita fé A movimentação foi intensa na região central da cidade durante toda a manhã. Há pouco mais de 15 minutos para o início da partida, ainda se notava um fluxo intenso de pessoas, que vinham de todos os lados do município. Em sua maioria, os populares ostentavam orgulhosos algum adereço em verde e amarelo. A confiança era a tônica da interação barulhenta entre torcedores das mais diversas faixas etárias e classes sociais. A 'arquibancada', que se formou no Rosário, não era composta apenas por campineiros. Jenifer Mikaela, estudante de 18 anos, veio de Sumaré. “Acho que vai ser 3 a 0 para o Brasil, com gols do Neymar e do Gabriel Jesus”, disse a jovem, completando que a atmosfera era sensacional. Depois que a bola rolou, todos ficaram inquietos e passaram a 'jogar junto' com o time. Aos 7 minutos, houve um momento de loucura com o quase gol de Thiago Silva, que acertou a trave belga, após cobrança de escanteio. Mas, o gol contra de Fernandinho aos 12 minutos, veio como um banho de água fria. O primeiro tempo nem tinha acabado e alguns já choravam, prevendo o que estava por vir. Marco Luiz Lourenzi, supervisor de segurança de 58 anos, que reside na Chácara da Barra, em Campinas, dizia no intervalo que, “a esperança é a última que morre.”Para ele, o problema era no lado direito da equipe, que não estava conseguindo acompanhar os rápidos atacantes europeus. “Eu acredito no empate e até em uma vitória no tempo normal”, afirmou. Já Marcos Roberto Bina, aposentado de 58 anos, endossou a projeção: “Se o Brasil partir para cima, vai envolver o adversário. Podemos levar para os pênaltis.” Bina comentou que se estivesse no lugar de Tite, trocaria, no mínimo uns dois atletas, antes de voltar para o segundo tempo. “O Neymar está deixando a desejar”, afirmou um dos ‘técnicos’ brasileiros de plantão. GM e PM usam bombas de gás para conter confrontos O fim do jogo não deu início somente à lamentação, mas também a uma série de pequenos tumultos. A GM e a Polícia Militar (PM) precisaram intervir com força, utilizando inclusive bombas de efeito moral, para dispersar parte do público que perdeu o espírito esportivo. E, consequentemente liberar a Avenida Francisco Glicério. O clima ficou tenso por cerca de 30 minutos, em que houve muita correria e gritaria. Em meio aos populares que só queriam voltar para casa, havia aqueles que procuravam extravasar com vandalismos. Alguns foram ousados, ao ponto de atirar pedras nas autoridades policiais. Nesse contexto, a praça se tornou um local propício a tentativa de furtos, segundo alguns populares. Até o fechamento dessa edição, a GM deteve uma pessoa por uso de entorpecente.