A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos acredita que, na próxima semana, as lojas serão abertas
As mercadorias que serão vendidas sem impostos no Aeroporto Internacional de Viracopos chegaram no terminal há mais de uma semana e aguardam a liberação da Receita Federal para poder ter início a operação do free shop. Os produtos estão dentro de contêineres. A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos acredita que, na próxima semana, as lojas serão abertas, mas para que isso ocorra é necessário que a Receita Federal faça a concessão alfandegada da área e o registro especial de alfandegamento. A superintendência da Receita Federal em São Paulo informou que está analisando a concessão de alfandegamento, mas não tem uma previsão de data para a liberação.
A multinacional suíça Dufry vai operar o free shop por dez anos. A abertura de espaços duty free abre caminho para a atração de novos voos internacionais. Inicialmente a Dufry irá operar uma loja com 237m2 no desembarque e outra de 87m2 no embarque, mas as áreas serão ampliadas em 50% quando o novo terminal de passageiros for concluído — em maio de 2014.
A empresa não informou o valor do contrato realizado com a concessionára. Disse apenas que o contrato “está relacionado às operações na Região da América II, que responde por 23% da receita da Dufry AG”. Segundo a empresa, a parceria com Viracopos será um fator-chave de sucesso para o desenvolvimento sustentável e saudável para a indústria de varejo de viagem no Brasil. “A combinação de grande experiência do gestor de Viracopos com a da Dufry no segmento de varejo de viagem e o conhecimento do cliente irão se traduzir em uma experiência de compra inesquecível para os passageiros de Viracopos”, informou a empresa, em nota.
A multinacional suíça Dufry, que atua em portos, navios de cruzeiro e aeroportos em mais de 80 países, venceu a licitação realizada há dois anos, mas não pode implantar a loja. Pelo direito de explorar o serviço, a Dufry iria pagar R$ 330,5 mil e mais 3% sobre o faturamento bruto mensal com a venda de produtos nacionais e 9% sobre a venda de mercadorias estrangeiras.
A demora na instalação da loja ocorreu porque a Receita considerou irregular a concorrência feita pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em 2011, porque ela foi feita por meio de pregão presencial, quando deveria ter seguido a licitação tradicional. O aval da Receita é necessário porque na área serão vendidos produtos com isenção ou redução de impostos no setor de embarque e desembarque internacional de passageiros. No final de março, no entanto, a Receita liberou a instalação do free shop até porque o aeroporto passou a ser administrado pela iniciativa privada, que não necessita contratar por licitação.
A Dufry opera no Brasil os free shops dos aeroportos internacionais do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Confins, Recife, Salvador, Guarulhos, Brasília, Fortaleza e Florianópolis. Nas lojas deverão ser comercializados, no mínimo, os seguintes produtos: perfumes cosméticos, artigos de cine-foto-som-vídeo, óculos, relógios eletrônicos, artigos esportivos, produtos de tabacaria, bebidas, alimentos, embalados e brinquedos. No free shop, os passageiros que desembarcam de voos internacionais podem comprar até US$ 500; já no embarque para outros países não há limite de gastos. Ao voltar, no entanto, o passageiro brasileiro precisa declarar todos os bens adquiridos (tanto no free shop de embarque quanto as compras no Exterior) e pagar imposto de 50% sobre o que exceder US$ 500.