Vereador tem 32,6% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Data News Brasil; Tonetti (União) e Capitã Lucimara (PSD) aparecem tecnicamente empatados com 19,1% e 16,3%
Franklin Duarte de Lima compartilhou a sua trajetória pessoal e na carreira política em entrevista exclusiva concedida ao Correio Popular; na última eleição municipal, em 2020, o então candidato do PSDB angariou 1.382 votos e foi o terceiro mais votado entre todos os eleitos (Arquivo Pessoal)
O vereador Franklin Duarte de Lima (PL), mais conhecido como Franklin, lidera de forma isolada as intenções de voto para a Prefeitura de Valinhos. A pesquisa Data News Brasil, divulgada na última quarta-feira (24), mostra que o parlamentar está na primeira posição, com 32,6% das intenções de voto. Em segundo e terceiro lugar, Alexandre Tonetti (União Brasil) e a atual prefeita, Capitã Lucimara (PSD), estão tecnicamente empatados, com 19,1% e 16,3%, respectivamente.
Léo Pinho (PT) e Lineu Bueno (NOVO) aparecem na sequência, também em empate técnico, com 5.3% e 1.9%, de forma respectiva. Já as manifestações de intenção de voto branco, nulo e aqueles que não votarão em nenhum dos candidatos somaram 8,9%. Não souberam responder o candidato de preferência 15,9% dos entrevistados.
A pesquisa estimulada entrevistou presencialmente 472 pessoas de 16 anos ou mais, em Valinhos, nos dias 18 e 19 de julho. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi encomendado pelo Correio Popular e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-02451/2024.
Ementrevista exclusiva, o vereador Franklin disse que o grupo do qual ele faz parte quer uma proposta de mudança e de reconstrução da cidade.
REJEIÇÃO
A pesquisa também divulgou a atual rejeição aos pré-candidatos ao perguntar em quem o entrevistado não votaria de jeito nenhum. Os mais rejeitados são a prefeita Capitã Lucimara (21,8%), seguida de perto por Léo Pinho (21,6%). Na sequência aparecem Alexandre Tonetti (15,3%), Franklin (12,5%) e Lineu Bueno (5,5%). Não souberam responder aproximadamente 16,5% dos entrevistados, enquanto 6,8% afirmaram que não rejeitam nenhum dos pré-candidatos.
A avaliação da atual gestão em Valinhos também foi abordada nas entrevistas com os participantes da pesquisa. Précandidata à reeleição, a gestão da prefeita Capitã Lucimara foi desaprovada por 67,2% das pessoas ouvidas, enquanto o índice de aprovação ficou em 17,6%. Aproximadamente 15,2% dos eleitores ouvidos pela Data News Brasil não souberam responder a essa pergunta.
RECONSTRUÇÃO
O líder na pesquisa, Franklin, nasceu em São Paulo/SP em 21 de maio de 1983. Foi criado pela mãe Francisca ao lado de cinco irmãos após a morte do pai. Atualmente é casado com Carina e tem um filho chamado Franklin Junior. O vereador é formado em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão Pública e também é bacharel em Direito.
Sua vida profissional começou aos 15 anos, quando ingressou como patrulheiro na Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Valinhos. Em 2002, foi aprovado em concurso público para trabalhar no Departamento de Vigilância em Saúde e em 2007 trabalhou na Câmara Municipal. Voltou a atuar na Prefeitura em 2013 ao assumir o Departamento de Turismo com a missão de fomentar e alavancar o setor. Além disso, a experiência com instituições sociais e culturais o levou a dedicar parte da vida a ações voltadas ao Terceiro Setor.
Nas eleições de 2012 (pelo PV), conquistou 826 votos e se tornou primeiro suplente da Câmara. Em 2016, pelo PSDB, obteve 999 votos. O desempenho fez com que Franklin fosse eleito como o vereador mais jovem da legislatura. Em 2020, ainda na legenda tucana, angariou 1.382 votos, o terceiro mais votado entre todos os eleitos. Entre 2021 e 2022, foi presidente da Câmara Municipal.
Franklin, conte um pouco sobre a sua trajetória de vida.
Eu sou filho de uma mãe viúva. O meu pai morreu quando eu tinha um ano de idade, e ela criou seis filhos sozinha. Aos 12 anos eu já trabalhava em uma fábrica de produção de bolas aqui em Valinhos. A minha família inteira trabalhava lá. Aos 15 anos fiz o curso de patrulheiro, onde fiquei até os 18. Fiz um concurso público e fui efetivado como patrulheiro. Depois, fiz carreira como servidor público atuando em várias áreas, esporte, saúde, cultura, turismo... passei por todos os cargos de hierarquia, menos como secretário, vice e prefeito. Antes de ser vereador, fui servidor por um tempo na Câmara.
E a sua trajetória eleitoral? Como ela começou?
A minha trajetória política começou em 2004. Filiei-me a umpartido político e fui indicado a disputar eleições em 2012. Fiquei como suplente. Fui eleito em 2016 e reconduzido em 2020. Depois cheguei à presidência da Câmara, mas, para estar preparado, também comecei uma trajetória acadêmica. Eu me graduei em Administração de Empresas, fiz uma pós-graduação em Gestão Pública eme formei em Direito.
Como surgiu a sua pré-candidatura para prefeito?
A nossa construção de grupo na pré-candidatura passa por uma coalizão de muitas lideranças políticas que não concordam com a situação que a cidade vive hoje. Existem problemas em todos os níveis. Nós nos unimos para reconstruir essa cidade, para trazer uma proposta de mudança, porque as pessoas não estão felizes com o que estão vendo.
É possível detalhar um pouco mais sobre esses problemas da cidade, considerando a sua avaliação política e técnica?Quais seriam os três principais, atualmente?
Valinhos tem um problema crônico de corrupção por conta das diversas ações públicas contra o governo, de superfaturamento em diversas áreas. O segundo problema muito grave é a saúde. São muitas pessoas que estão em filas esperando cirurgias, esperando exames, às vezes com dificuldade para pegar um remédio. Elas aguardam em longas filas para passar nos especialistas. Outro problema que é muito importante é o que estão fazendo com o Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV), com a nossa água, que era uma das mais baratas da região de Campinas e virou uma das mais caras. A atual prefeita quer vender o DAEV de todo jeito. Fui, enquanto vereador, contra o aumento da tarifa e contra a venda. Não por causa da privatização em si, mas porque quem vai pagar mais essa é o povo da cidade.
Trata-se do mesmo cenário da venda da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)?
Não. O que está acontecendo em Valinhos não tem nenhuma comparação com a situação da Sabesp. Eu sou a favor da privatização, mas na verdade o que tem no DAEV é um grande esquema para beneficiar empresários específicos, e quem está pagando a conta é o povo.
Considerando o histórico mais recente, Valinhos não reelege nenhum prefeito desde 2008 (o último foi Marcos José da Silva, eleito em 2004 e reeleito quatro anos depois). Na sua avaliação, o que está acontecendo na cidade?
A minha avaliação é de que nós temos uma cidade de pouco mais de 126 mil habitantes, e com um nível de exigência muito grande. Valinhos já foi referência, lá atrás, na época do Vitório (Vitório Humberto Antoniazzi, prefeito por três vezes, primeiro na década de 1980 e depois entre 1997 e 2004). Destaco, por exemplo, a baixa mortalidade infantil e o alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Tínhamos valores de primeiro mundo. Você tem uma cidade que sempre foi pulsante e com uma altíssima qualidade de vida, porém, nos últimos anos, ela sofre com as más administrações. A gente costuma dizer que o melhor remédio para um governo ruim é a urna.
Como estão os apoios políticos para a sua pré-candidatura?
Estamos com o apoio do Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Nós temos o Republicanos conosco, com o nosso governador Tarcísio de Freitas. E temos o apoio de outras legendas, como o DC, o PSDB e o Cidadania. Claro, as confirmações serão feitas apenas após as convenções partidárias.
Por fim, é possível destacar algum projeto que a sua précandidatura avalia neste momento?
Valinhos precisa tratar a saúde como prioridade. Nossa cidade merece ter uma clínica especializada em saúde da mulher e umPoupatempo da Saúde, por exemplo, que já é realidade em outros municípios. Tive a oportunidade de visitar a estrutura de Santo André, um local que reúne especialidades médicas, realização de exames e retirada de medicamentos, proporcionando mais eficiência, agilidade e qualidade no atendimento. Poderíamos listar questões de várias outras áreas, mas, em resumo, nos últimos anos a nossa cidade perdeu qualidade de vida e isso é inadmissível.
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