ENTREVISTA

Francisco Fernandes de Araújo, um homem que troca livros por sorrisos

Juiz aposentado publicou 120 obras e já distribuiu gratuitamente mais de 500 mil exemplares, em um nobre gesto de incentivo à leitura

Luiz Felipe Leite ([email protected]) e Manuel Alves Filho
07/07/2024 às 07:39.
Atualizado em 07/07/2024 às 07:39
Francisco Fernandes de Araújo não se recorda de como surgiu o nome do projeto “Um livro por um sorriso”, mas revela que desde 1995 escreve livros dos mais variados gêneros e distribui de graça, principalmente em locais públicos (Arquivo Pessoal)

Francisco Fernandes de Araújo não se recorda de como surgiu o nome do projeto “Um livro por um sorriso”, mas revela que desde 1995 escreve livros dos mais variados gêneros e distribui de graça, principalmente em locais públicos (Arquivo Pessoal)

A habilidade das crianças brasileiras em ler está entre as piores do mundo. A pesquisa Pirls, sigla em inglês para Estudo Internacional de Leitura, desenvolvido pela Associação Internacional para a Avaliação de Conquistas Educacionais (IEA), apontou que os alunos do Brasil estão atrás dos estudantes de países como Albânia, Cazaquistão, Azerbaijão, entre outros. O estudo estabelece uma pontuação de referência de 500 pontos, que representa a média de todos os países combinados. Os estudantes brasileiros tiveram uma média de apenas 419 pontos. 

Medidas para incentivar a leitura, considerando esse quadro, são cada vez mais necessárias para que isso seja revertido. Uma dessas ações é de um renomado morador de Campinas, o juiz aposentado Francisco Fernandes de Araújo. Ele está há quase 30 anos à frente do projeto “Um livro por um sorriso”, que já distribuiu mais de 500 mil exemplares de livros escritos pelo próprio ex-magistrado. Ele é autor de 120 obras publicadas, e mais duas estão para sair das gráficas. Os gêneros são vários: contos, romances e outros. A publicação mais recente tem o título de “Campeão dos campeões”. 

Em entrevista ao Correio Popular, o ex- magistrado contou a sua história pessoal, abrangendo desde a sua a primeira infância e o começo da adolescência em Portugal, onde nasceu em 1937. Com seis irmãos (atualmente apenas um está vivo, morando em São Paulo), ele mudou-se para o Brasil aos 14 anos de idade para trabalhar com um tio. Após passar por estabelecimentos comerciais, lugares em que ele aprendeu a fazer pães, pizzas, e por concursos musicais de calouros como cantor, Francisco Fernandes de Araújo foi bancário. Ao mudar para Campinas, resolveu tornar-se advogado. 

Após desenvolver uma ótima relação com os clientes e adquirir mais experiência, foi incentivado a prestar um concurso público para tornar-se Juiz de Direito. Em apenas uma única tentativa, passou em sexto lugar e começou a perambular pelo Estado, onde atuou em cidades como Presidente Prudente, Registro, São Paulo, Campinas, entre outras, destacando-se em Valinhos, onde presidiu o primeiro Tribunal de Júri da história do município. Ele se aposentou no ano de 1995. “A partir daí, resolvi fazer algo em prol do meu próximo, sem qualquer tipo de patrocínio ou interesse de terceiros. E sou feliz fazendo o que gosto”, contou. 

Na entrevista, Araújo também criticou juízes da ativa (sem citar nomes), que utilizam a exposição da função para interesses pessoais em detrimento dos processos dos quais são responsáveis, falou sobre a origem da paixão pessoal pela leitura, de como despertar o interesse das pessoas pelos livros e respondeu se, aos 87 anos, pensa em parar de escrever. “O meu corpo fisicamente pode não ser o mesmo, mas continuarei enquanto a minha cabeça estiver funcionando bem.”

Para ler a entrevista completa assine o Correio Popular. 

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