LIDERANÇAS

Fórum em Campinas discute futuro do agronegócio

Gargalos da cadeia produtiva agrícola e pecuária são apresentados e debatidos durante evento

Vilma Gasques
21/09/2013 às 18:14.
Atualizado em 25/04/2022 às 03:22
Cerca de 300 líderes empresariais e especialistas da área de agronegócios participaram dos debates no fórum ( Leandro Ferreira/AAN)

Cerca de 300 líderes empresariais e especialistas da área de agronegócios participaram dos debates no fórum ( Leandro Ferreira/AAN)

As propostas para resolver os problemas que entravam o agronegócio brasileiro foram discutidas neste sábado (21) no 2º Fórum Nacional de Agronegócios, evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e que reuniu empresários e lideranças do setor em Campinas. Os nós da cadeia produtiva agrícola e pecuária foram apresentados e debatidos, tendo como pano de fundo a questão crucial de que os números do agronegócio brasileiro impressionam, já que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu 14,7% no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado contribuiu para alavancar em 1,5% o PIB nacional e deve se firmar, em mais um ano de safra recorde, que alcançou 186 milhões de toneladas de grãos e fibras, como o principal responsável pelo avanço da economia.Porém, a burocracia, a falta de investimentos de infraestrutura, a carga tributária que encarece a produção, o comércio internacional e as regras protecionistas de outros países são considerados nós do agronegócio brasileiro que precisam ser desatados para que o setor avance. Cerca de 300 líderes empresariais e especialistas da área participaram dos debates de no fórum, realizado no Royal Palm Plaza Hotels & Resorts.O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, reforçou a importância do agronegócio para o Brasil. “Basta ver que todos os anos batemos recordes de produção, o que fez o País conquistar destaque no cenário internacional”, disse, destacando que ainda há muito espaço para investimentos e desenvolvimento.Rodrigues, que também é presidente do Lide Agronegócios, ressaltou que o evento foi muito importante para se fazer uma análise dos problemas, debater o setor e desenvolver propostas para que ele cresça ainda mais.DocumentoAs avaliações que surgiram durante os debates servirão como ferramenta para um documento que será a base para propostas que podem ser levadas ao governo federal. “O mais importante é que não estamos fazendo apenas um diagnóstico do que já existe. Estamos apontando soluções para cada gargalo, com ações para o governo e para o setor privado. Estamos chamando o documento ‘Desatando Nós’, e apresentado algumas saídas”, disse Rodrigues, destacando prioridades como a participação do Brasil em acordos bilaterias e em negociações separadas dos outros países que fazem parte do Mercosul.Na área de insumos agrícolas, o ex-ministro disse que é preciso agilizar o processo de liberação de novas moléculas, por exemplo, com uma legislação mais rápida. “E na questão da tributação, é preciso rever alguns entraves. São temas claros e objetivos que devem pautar essa discussão”, observou. O presidente do Lide, João Doria Jr. destacou que o agronegócio é o setor com melhor desempenho na economia nacional e que vem crescendo em ritmo acelerado, o que comprova a vocação do País para a produção de alimentos. Porém, mesmo diante desse cenário positivo, os produtores ainda enfrentam alguns desafios. E é isso que foi colocado em pauta neste encontro.”Cenário mundialO presidente do Lide Campinas, Juan Quirós, também participou do encontro e destacou que a essência da discussão foi debater a agricultura como um todo e levar o Brasil à liderança mundial nesse segmento. “No Estado de São Paulo, por exemplo, 80% dos produtores agrícolas são pequenos produtores. Temos que discutir como alinhar a produção dessa parcela de agricultores e como atrelar o fornecimento desses pequenos para os grandes produtores”, ponderou, observando que é preciso avançar principalmente nas questões de investimentos do governo federal, avançar em infraestrutura, logística, produção e sanidade, sem que isso signifique danos ao meio ambiente. “O Brasil é hoje líder em produção de carne e suco de laranja. E precisamos avançar em outros tipos de produtos”, afirmou.

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