Fórum discute opções para diminuir os efeitos da crise

A alta do desemprego preocupa trabalhadores, governos e empresários -e a qualificação é uma saída para garantir que os profissionais permaneçam empregados ou consigam uma recolocação mais rápida no mercado de trabalho. Foi para discutir estes pontos que a Prefeitura de Campinas, a Secretaria Estadual de Emprego e Relações do Trabalho e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Regional Campinas, realizaram nesta terça-feira (28) o 1º Fórum “Campinas Emprega”, que reuniu mais de 200 pessoas. O objetivo foi traçar estratégias que permitam o aperfeiçoamento da mão de obra local e o fomento de novas oportunidades de trabalho. O secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, afirmou que o governo aposta na qualificação, nos novos investimentos e também no lançamento de programas para enfrentar o crescente corte de postos de trabalho.“Encaminhamos uma proposta para o governador Geraldo Alckmin para a criação de uma frente emergencial de trabalho conjuntamente com qualificação. A frente duraria três meses e qualificaria profissionais como pedreiros, eletricistas e serventes” disse. Ele comentou que outra medida é apostar nos cursos de desenvolvimento do empreendedorismo. O secretário ressaltou que os planos para a execução dos projetos para o segundo semestre devem ficar prontos até agosto. “A Secretaria de Emprego e Renda de Campinas já nos procurou solicitando a participação nos programas e nos cursos de qualificação. Estamos viabilizando os acordos, mas primeiro precisamos fechar os recursos e o calendário de cursos e ações. Os programas devem ser implementados em agosto”, salientou. Qualificação O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), afirmou que o governo municipal também está empenhado em qualificar a mão de obra local e também abrir novas portas para a contratação de campineiros. “Oferecemos cursos de qualificação para que os trabalhadores possam se inserir no mercado de trabalho. Este fórum é uma das ferramentas que estamos utilizando para fomentar ações que resultem em mais empregos e na qualificação dos trabalhadores conforme a necessidade das empresas”, disse. Ele comentou que a economia “passa por um momento difícil, mas deve melhorar”. Jonas lembrou que no ano passado o governo municipal criou leis de incentivo fiscal para atração de novas empresas e a abertura de postos de trabalho. “O objetivo é preparar o município para crescer. As leis atendem a demanda de setores importantes da economia local como biotecnologia, inovação e datacenter. As leis permitem atrair mais empresas e empregos”, reforçou. PreocupaçãoO diretor-titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp, Regional Campinas, José Nunes Filho, afirmou que os cortes de postos de trabalho em Campinas e região se acentuaram nos últimos 12 meses e preocupam o empresariado. “Nos últimos 12 meses, foram cortados 2.950 empregos industriais na área da Regional. O dado é muito preocupante. A economia precisa reagir para gerar mais postos de trabalho. Estamos fazendo eventos todos os meses para discutir a questão do emprego e da qualificação profissional”, salientou. Nunes Filho observou que as últimas medidas anunciados pelo governo federal, como a redução de jornada de trabalho e de salário, são importantes para minimizar a redução dos postos de trabalho. Entretanto, ele comentou que os entraves burocráticos dificultam que empresas e trabalhadores se beneficiem das medidas.