A Praça General Humberto de Souza Mello, que antes tinha uma paisagem digna de cartão postal, desaparece por conta da manutenção precária
Praça pública que toma a quadra toda, às margens da estratégica Avenida João Erbolato, se tornou motivo de indignação: lixo e saúvas (Thiago Fonseca)
Uma praça pública que toma a quadra toda, às margens da estratégica Avenida João Erbolato, se tornou motivo de indignação dos moradores do Jardim Chapadão, em Campinas. O espaço público — que no passado recebia frequentadores de todas as idades, o dia todo — hoje tem as alamedas vazias. Há formigueiros gigantes pelos canteiros; o limo toma as calçadas; há lixo amontoado por todo canto; os bancos estão arrebentados. A Praça General Humberto de Souza Mello, que antes tinha uma paisagem digna de cartão postal, desaparece por conta da manutenção precária. Os próprios moradores da região arregaçam as mangas para pintar sarjetas, recolher entulho, pulverizar canteiros. Além disso, ocasionalmente tiram dinheiro do próprio bolso para contratar jardineiros. Equipes da Prefeitura, segundo os vizinhos, passam apenas eventualmente pelo local para os mutirões de manutenção. "Não existe um zelador fixo, nem deve haver um cronograma determinado para mutirões. A população tem de assumir os serviços", diz o empresário Fábio Henrique Trovó, de 43 anos, que durante todo o ano passado ajudou nas despesas pontuais. Teve até quem pagou pela troca de lâmpadas queimadas. Mas muita gente do grupo desanimou. "A gente vive tempos difíceis. As pessoas não podem gastar o próprio dinheiro para financiar um serviço que é de obrigação do poder público", reclama. Outra moradora das imediações, a dona de casa Fátima Santini, conta que todo mundo gostaria de levar as crianças para o playground da praça. Mas as saúvas — por todo canto — deixam os pais apavorados. "Eu cheguei a comprar veneno para matar formiga e espalhar pelos canteiros. Mas a gente não dá conta. As saúvas tomam conta de tudo. Dá muito medo", fala. Fátima, que mora naquela região há muitos anos, fica tocada de falar como muitas pessoas, velhos amigos seus, faziam caminhada e conversavam por aquelas alamedas arborizadas. Cenário agressivo Quem chega à praça fica impressionado com o cenário agressivo. Pelos canteiros, se espalham montanhas de entulho. Os galhos se misturam até com pedaços de móveis. Os poucos frequentadores atuais são alguns moradores do bairro que levam seus cães para fazer necessidades. E, claro, não levam pazinha ou saquinhos para recolher a sujeira. Nem todos os vizinhos, no caso, estão preocupados com a preservação de um espaço de lazer que é público. DPJ: serviços seguem um cronograma A Prefeitura de Campinas informou quinta-feira passada, por meio da sua assessoria de imprensa, que as queixas dos moradores serão encaminhadas para o Departamento de Parques e jardim (DPJ), responsável pela manutenção das praças públicas, para a análise e solução adequada. A direção do DPJ adianta que a execução dos serviços, por toda a cidade segue um cronograma estabelecido, e que o mato alto em diversos jardins, atualmente, decorre principalmente das chuvas intensas da estação. O mato cresce rápido, e as equipes de manutenção ficam sobrecarregadas.