habitação

Força-tarefa promove reintegração de posse

Quarenta famílias foram retiradas ontem de uma área de 3 mil metros quadrados no Jardim do Lago 2, próxima ao Parque Oziel e à rodovia Santos Dumont

Gilson Rei
01/11/2019 às 07:28.
Atualizado em 30/03/2022 às 13:48

Quarenta famílias foram retiradas ontem de uma área de 3 mil metros quadrados no Jardim do Lago 2, próxima ao Parque Oziel e à rodovia Santos Dumont (SP-075). A operação de reintegração de posse reuniu um efetivo de aproximadamente 120 policiais militares, policiais rodoviários e guardas municipais. A reintegração ocorreu pacificamente, pois não houve confronto com as famílias. O capitão Julio Cesar Tirabassi, que coordenou a operação, informou que as famílias estavam no local há dois meses no terreno que é de propriedade particular e tem como finalidade o uso industrial. Segundo o comandante, a operação cumpriu uma Ordem Judicial, pois a Justiça atendeu a um pedido de reintegração de posse do proprietário da área, cujo nome foi mantido em sigilo. “Além de ser uma área particular, é uma região industrial que poderia, inclusive, causar contaminações e ser lesivo à saúde das famílias”, justificou. A operação de reintegração de posse foi iniciada às 9h, um horário diferenciado, porque a área utilizada pelas famílias fica próxima a rodovia Santos Dumont e, antes deste horário, o fluxo de veículos é muito intenso. Nem todas as pessoas residentes nos barracos de madeira estavam presentes. Aqueles que estavam retiraram os pertences, móveis, fogões, geladeiras, roupas, armários e mantimentos, colocando na rua para que os tratores da reintegração realizassem a derrubada dos barracos. Representantes das famílias alegaram que não tinham dinheiro para pagamento de aluguel nem para compra de imóvel e que, por isso, invadiram o terreno por considerar ser local improdutivo. Edi Moinho Dourado, jardineiro e faxineiro, disse que veio do município de Irecê na Bahia, e que mora sozinho porque deixou a família na Bahia. “O desemprego é muito grande e eu consigo apenas uns bicos de jardinagem que não dá renda para pagar aluguel”, disse. Roberto Carlos Moraes, veio do município de Itapecuru-Mirim, no Maranhão, com a esposa e três filhos, um de 4 anos; outro de 2 anos e o mais novo de 10 meses. Ele disse que está desempregado e que a esposa está também. “A gente pagava aluguel no ano passado, mas não deu mais. Tivemos que partir para um barraco”, afirmou. “Faço bicos às vezes de carregador e auxiliar em caminhões e minha esposa pode fazer faxina, mas o emprego não existe mais”, disse. A Prefeitura enviou assistentes sociais para auxiliar as famílias na realocação em abrigos, mas as pessoas conseguiram transferência de moradia para casas de parentes e conhecidos, além de contar com a ajuda de uma igreja da região. As famílias contaram também com ajuda de carretos e transportadores de mudanças custeados pela Prefeitura de Campinas para levar seus pertences. Uma equipe do Departamento de Zoonoses da Prefeitura fez também o acolhimento dos animais. Para realizar a retirada das pessoas, a operação contou com equipes do 47º Batalhão da Polícia Militar; Polícia Rodoviária; 1º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e Guarda Municipal. Confira o vídeo:

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