PELO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Força-tarefa da Setec limpa área comum do Cemitério da Saudade, em Campinas

Doze funcionários se dedicam às atividades que devem ser concluídas nesta sexta

Bianca Velloso/ bianca.velloso@rac.com.br
08/02/2023 às 08:53.
Atualizado em 08/02/2023 às 08:53

Funcionário integra força-tarefa de limpeza das áreas comuns do Cemitério da Saudade: o local abriga aproximadamente 32 mil sepulturas, com cerca de 700 mil corpos (Alessandro Torres)

Depois de muitas reclamações e críticas da população, parte delas publicada pelo Correio Popular, a Divisão de Cemitérios da autarquia de Serviços Técnicos Gerais (Setec) de Campinas iniciou uma força-tarefa de limpeza no Cemitério da Saudade, com a finalidade de eliminar o mato nas áreas que ficam entre as sepulturas, que cresceu muito devido às constantes chuvas e altas temperaturas deste verão, assim como a limpeza das ruas e vielas.

A operação dispõe de 12 funcionários da Divisão de Cemitérios da autarquia e as equipes trabalharam no final de semana e prosseguem na remoção do mato nesta semana. A previsão é a de concluir a limpeza até esta sexta-feira, incluindo a retirada e a destinação de todo o mato e detritos decorrentes do serviço. 

"Estamos trabalhando para zelar por esse patrimônio tão importante. Eu estou empenhado tanto nessa questão da reconstrução do muro quanto na força-tarefa, porque gosto muito de arte tubular", contou Danilo Carnevali, assessor jurídico do Cemitério da Saudade, local em que se encontram aproximadamente 32 mil sepulturas e cerca de 700 mil corpos. 

A força-tarefa conta com 12 funcionários - As atividades começaram na sexta-feira passada e devem seguir até esta sexta. 

O servidor público João Batista Colman, que está trabalhando nessa operação, declarou que está contente por conseguir cumprir o calendário dos serviços previstos, porque, segundo ele, as famílias merecem. "É o respeito que a gente tem para com essas famílias, ainda mais que esta é a minha função. Não vejo aqui apenas como um local de trabalho e sim um lugar histórico e importante para a cidade", afirmou emocionado, garantindo que procura manter o cemitério limpo.

Embora exista esse empenho, o maior cemitério municipal de Campinas ainda recebe críticas e reclamações por parte dos visitantes. 

Maria Inocente, florista de uma loja nos arredores, contou que as reclamações sobre a conservação do local são frequentes. "As pessoas reclamam da limpeza. Não dos túmulos, que é responsabilidade das famílias, mas do próprio cemitério. Porque os túmulos contam com as faxineiras e quem quer o túmulo limpo precisa pagar para isso. Mas o cemitério está tomado de mato, por causa das chuvas. Está muito abandonado e o povo reclama, tanto quem trabalha lá como quem visita." 

Eliane Vedovato, cujos pais estão enterrados no cemitério, entende que a população não tem direito a reclamar. "Como proprietária de túmulo, não pago nada para ajudar a Prefeitura na limpeza. Então, acho que quem não paga para conservar não deve ficar reclamando, porque tem outras pessoas vivas precisando mais do que os mortos", defende.

Licitação para obra

A licitação para a reconstrução do muro e instalação de gradil no Cemitério da Saudade avançou mais uma etapa. Na terça-feira (7), foram abertos os envelopes com as propostas financeiras das empresas interessadas na realização do serviço. O passo seguinte será a análise de propostas técnicas e documentos legais. A expectativa é a de que Setec anuncie na semana que vem a escolhida para executar a obra, cuja previsão de conclusão é de seis meses. "Caso nenhuma empresa participante entre com recurso, semana que vem poderemos anunciar a vencedora. Esperamos que as obras sejam iniciadas no prazo de 20 dias, com a conclusão para daqui a seis meses", informou a Assessoria de Imprensa da autarquia. O prazo para que as participantes da licitação entrem com recurso é cinco dias úteis. 

A obra é necessária, porque parte do muro que cerca o Cemitério da Saudade, construído em 1880, cedeu com as chuvas torrenciais deste verão. A última reforma nele ocorreu há 15 anos. Como o Cemitério integra o patrimônio histórico de Campinas, o projeto de reconstrução deve necessariamente passar pela aprovação do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc). 

O desenho foi elaborado pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos e prevê a reconstrução de um muro com extensão de 1.076 metros e 1,5 metro de altura. Para deixar o muro mais alto, o projeto conta com um gradil de 2 metros. 

O objetivo da grade é o de possibilitar que as pessoas possam ver internamente o cemitério quando estiverem transitando pela rua. Depois da obra concluída, uma plantação de cerca viva será realizada em toda a extensão do muro.

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