HUMANITÁRIA

Força da região assume missão de paz no Haiti

Em 2014 Brasil completa uma década de participação na missão humanitária da ONU no Haiti

Fábio Gallacci
21/07/2013 às 12:58.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:05

No próximo ano, o Brasil completa uma década de participação na missão humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e o marco será celebrado com militares de Campinas atuando diretamente no país caribenho. Um efetivo de 280 soldados da cidade — em sua maioria do 28 Batalhão de Infantaria Leve (BIL) — já se prepara para garantir a ordem e prestar o apoio necessário para que a população local mantenha os esforços para se reerguer após anos de instabilidade social e política, além de um terremoto devastador que atingiu a área em janeiro de 2010, deixando cerca de 220 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados.

A tropa que viaja em novembro e permanece no Exterior até junho de 2014 também contará com integrantes de Caçapava, São Vicente, Pirassununga e Lins. No total, o grupo que formará a edição de número 19 do Brazilian Battalion (Brabat) vai reunir 1,2 mil pessoas.

Uma base para organizar toda a logística da viagem já está montada no ponto onde se concentram as unidades militares de Campinas, próximo à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), no Jardim Chapadão. Ali serão programados todos os equipamentos necessários à tropa (armas, uniformes, alimentação, etc), a emissão dos passaportes especiais e a conferência das vacinas. São 12 ao todo para evitar doenças como a febre amarela e o cólera. Todo o grupo ainda vem passando por uma avaliação psicológica antes de carimbar a sua ida. Qualquer problema pessoal mais sério verificado pode barrar a seleção de um soldado. Até mesmo a situação de sua família, que ficará no Brasil, é avaliada. Os procedimentos levam de seis meses a um ano para serem concluídos.

Serão enviadas nesta nova leva quatro companhias de fuzileiros (Infantaria), um esquadrão de Cavalaria (tanques, carros de combate) e uma companhia de Comando e Apoio (infraestrutura e logística). Ao lado dos integrantes do Exército, no batalhão também haverá pelotões da Força Aérea, uma companhia de fuzileiros navais da Marinha e um pelotão do Paraguai. Ainda existe a possibilidade de um grupo de militares do Canadá fazer parte da chamada Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

“Nossa missão é, basicamente, contribuir com a resolução das Nações Unidas de trabalhar para a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti, propiciando que as outras forças sociais progridam e desenvolvam o País. Estamos lá para dar um amparo, uma estrutura de segurança e contribuindo com a população para que a situação não descambe para uma terra de ninguém”, explica o coronel Anísio David de Oliveira Júnior, comandante do Brabat 19. “Em qualquer campo que analisarmos há muitos fatores importantes para o Brasil nessa missão. Economicamente falando é possível mostrar para a comunidade internacional os nossos equipamentos e como os soldados os operam com competência. Nesse tempo que estamos lá, nosso grupo tem conquistado o respeito de todos. Somos um caso de sucesso. A participação em Angola e no Timor Leste (outras missões de paz do Brasil na ONU) também são exemplos disso”, acrescenta o comandante.

Ainda de acordo com o coronel David, para o Exército, as ações no Haiti são extremamente positivas porque é possível treinar a tropa de forma mais efetiva, mantendo ações de logística e execução que colocam o grupo sempre de prontidão, e fornecer aos soldados uma experiência que eles jamais poderiam ter. “Além da carreira, é um benefício para a sua própria vida pessoal”, garante.

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