Motorista de 42 anos disse aos policiais que quer ter vida normal e poder trabalhar registrado
Um motorista de 42 anos foi ao 1º Distrito Policial (DP), de Campinas, e pediu para ser preso porque quer ter vida normal e poder trabalhar registrado.
O caso aconteceu na manhã desta sexta-feira (5). José Fernando da Silva era procurado desde 2009 pelo crime de roubo a mão armada após perder o benefício da liberdade condicional.
Ele cumpriu pena por um ano e nove meses em Caragatatuba, mas foi morar em sua cidade natal, São Vicente, e acabou perdendo o benefício porque deixou de assinar o processo no Fórum.
"Quero ficar quites com a Justiça. Não dá mais para viver de bicos. Quero ter registro na carteira e trabalhar certinho", disse o motorista.
Silva trabalhou em São Vicente e na Praia Grande, mas há quatro meses se mudou para Campinas para morar perto dos filhos. Ele arranjou emprego de garçom em uma lanchonete, mas a consciência pesada e o desejo de ter a carteira registrada falaram mais alto. Ele foi levado para a cadeia do 2º DP e deverá cumprir pena de seis meses a um ano em regime semi-aberto.
O delegado Roney de Carvalho Barbosa Lima disse que a entrega voluntária começou a ser comum. A cada duas semanas, ao menos um foragido procura as delegacias para ser preso.
"O procurado enjoa de ficar nas ruas de forma ilegal até porque ele não pode tirar RG, comprar", disse Lima.
Segundo o delegado, há 15 dias um bandido foi ao DP e se entregou, mas antes pediu para que a família não fosse informada da entrega espontânea. "Ele mandou dizer para a família que os tiras tinham pegado ele na rua."