Flexibilização resulta em alta do tráfego

Um estudo realizado e divulgado no começo desta semana pelo Sem Parar — empresa privada que oferece dispositivos para a passagem automática de veículos em cancelas de shoppings centers e pedágios — apontou que em julho passado houve um aumento de 15,34% na circulação de veículos nas rodovias que cortam a Região Metropolitana de Campinas (RMC) em relação ao mês anterior. O tráfego de veículos leves cresceu 16,84% no período, enquanto o de automotores, 12,42%. A alta coincide com a flexibilização autorizada pelo Plano SP de retomada das atividades. O levantamento da empresa levou em consideração a quantidade de passagens registradas em vias de pagamento automático das praças de pedágio. Segundo os números apresentados, o crescimento percentual de veículos nas rodovias da RMC foi um pouco menor do que a média registrada pelo Estado e também pelo País, onde houve aumentos de 16% e 15,37%, respectivamente, entre junho e julho. No Brasil, de um modo geral, a alta foi puxada pelo crescimento na circulação de veículos pesados, que achegou a 11,55%. Na comparação com o mês julho de 2019, no entanto, houve queda de 25,78% no volume de circulação de veículos nas estradas da região, reflexo da pandemia do novo coronavírus, que impôs regras de confinamento social à população desde o final de março deste ano. Percentualmente, o número de automotores nas estradas ao longo do mês passado ficou 34,31% abaixo do que no mesmo período do ano anterior. Os números só não apresentaram uma queda ainda maior por causa de um ligeiro crescimento na circulação de veículos pesados: o aumento foi de 0,47%. Na avaliação de Oswaldo Redaelli Filho, integrante da Comissão de Assuntos de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Campinas, o aumento de veículos nas estradas da RMC, entre junho e julho, está diretamente relacionado ao fator trabalho. “As pessoas estão precisando trabalhar e muitas empresas estão parando de aderir ao sistema de home office”, explicou ele. “Na minha visão, tem muito mais relação com uma questão de que as pessoas estão saindo de casa para trabalhar do que para passear”, garante o especialista. No mês passado, os municípios da RMC saíram da fase vermelha do Plano São Paulo (a mais restritiva de todas e que permitia apenas o funcionamento) e foram para a fase laranja — o que permitiu o funcionamento, com restrições, de alguns setores da economia, como os shoppings e o comércio de rua.