EXPECTATIVAS

Festas modestas, vagas moderadas

Maior contratador de mão de obra temporária, comércio prevê resultados fracos e reduz oportunidades

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
04/09/2013 às 09:27.
Atualizado em 25/04/2022 às 23:43

Consumidores conferem brinquedos em loja de Campinas: comerciantes decidem se arriscar menos e abrem poucas vagas temporárias, mesmo com Dia das Crianças e Natal ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

O Dia das Crianças está chegando - e como em toda data comemorativa, faz o comércio se preparar com a contratação de trabalhadores temporários para dar conta do aumento no número de consumidores - movimento que continua de agora até o final do ano. É entre os meses de outubro e dezembro que milhares de pessoas encontram nas lojas e nas empresas de prestação de serviços uma ocupação por tempo determinado. Mas as estimativas deste ano estão mais conservadoras que em períodos anteriores. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), a previsão é de 2.420 admissões para o dia 12 de outubro, um avanço de apenas 3,91% em relação ao Dia da Criança de 2012.Em Campinas, a estimativa é um pouco melhor, ao menos em termos percentuais: 7,03%. Já em números absolutos, a alta é quase imperceptível: 1.290 temporários contra os 1.240 do ano passado.Os números pouco animadores têm a ver com o fraco desempenho do comércio, principal contratante nos meses de outubro, novembro e dezembro. O setor vem apresentando resultados inferiores aos do ano passado, e as demissões aumentaram.De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, no acumulado de janeiro a julho o comércio perdeu 1.205 postos de trabalho em Campinas, contra 199 no mesmo período de 2012. Já na RMC, o número caiu de 476 vagas abertas para 494 fechadas. Sem o mesmo vigor de anos anteriores, os comerciantes não terão tantos postos de trabalho temporários para oferecer em 2013. O coordenador de Economia da Associação Comercial e Industrial (Acic), Laerte Martins, afirmou que a economia ainda vive um momento de instabilidade, com inadimplência alta e inflação corroendo o poder de compra do consumidor.“Esses são sinais de que as vendas nos próximos meses podem não manter o mesmo ritmo do ano passado. Os lojistas estão trabalhando com um quadro de funcionários enxuto e devem manter essa estratégia também para o final de ano. As perspectivas são de crescer menos do que em 2012, e portanto as contratações também devem ser menores”, avaliou.Além de contratar menos, o comércio também deve contatar mais tarde. “As contratações para o Dia das Crianças só devem começar no final de setembro”, disse.Martins ressaltou que a baixa geração de postos de trabalho no comércio neste ano é um indicativo de que os empresários do setor não estão dispostos a elevar muito o quadro de pessoas no final de ano. “A partir de outubro, já há um maior fluxo de consumidores nas lojas por causa do Dia das Crianças. Mas é a partir de novembro que os consumidores começam a fazer suas compras de final de ano. A chegada do 13 salário é um grande alavancador, sem dúvida, mas este ano uma parcela maior desse recurso extra deverá ser usada para pagar dívidas em atraso - e isso significa menos dinheiro circulando no comércio”, comentou.SeleçãoMas pelo menos os lojistas do ramo de brinquedos estão em busca de funcionários temporários. “Estamos recebendo currículos e fazendo uma pré-seleção, com contrato que vai de outubro até dezembro. O temporário passa por um treinamento e fica conosco desde o Dia das Crianças até o Natal”, comentou o gerente da unidade da Avenida Brasil da Luck Brinquedos, José Adriano Cruz. Ele disse que há cargos, como vendedor e caixa, em que é importante ter alguma experiência. Outros, como empacotador e estoquista, não exigem conhecimento anterior. O perfil dos candidatos inclui flexibilidade de horário, interesse no trabalho e atenção com o público. “Vamos contratar 10 pessoas para a unidade da Avenida Brasil, e os interessados devem entregar seus currículos diretamente na loja”, comentou.

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