Festa verde e amarela tinge Campinas

Milhares de pessoas foram às ruas festejar a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) pelos diversos estados brasileiros. A festa ganhou as redes sociais. Em Campinas não foi diferente. O vento gelado não impediu que pelo menos 1,5 mil pessoas fossem ao Largo do Rosário após o anúncio do resultado do segundo turno das eleições. Antes da apuração final dos votos, os campineiros vestidos de verde e amarelo, e com a bandeira nas costas já cantavam: “O capitão voltou.” “Precisamos de um futuro diferente. O novo chama a atenção, por isso Bolsonaro foi eleito. As eleições esse ano mostraram que o povo brasileiro estava ansioso por renovação”, disse o profissional liberal Celso Fernandes, de 51 anos. “Chega de bandalheira no Brasil. Precisamos recuperar o nosso País e colocar ordem na casa. Chega de corrupção”, disse o aposentado Jair Reolon, de 69 anos. Comprando a primeira camiseta, que levava o rosto do presidente eleito, estava o Rodrigo Telles, de 27 anos. “Não dá mais, não toleramos mais a corrupção. Hoje é dia de comemorar, por isso a camiseta”, disse o funcionário público. Segundo o vendedor que veio de São Paulo, cerca de 300 peças foram vendidas durante o período eleitoral. “Por ser um momento de eleições, até que a venda foi boa. Hoje não foi melhor porque até as 17h, enquanto ocorria a votação, não pudemos vender”, contou Reginaldo Ceprigio, de 42 anos. A Avenida Francisco Glicério que acabou sendo tomada pela população, foi fechada pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) até pelo menos 20h30 entre as ruas Benjamin Constant e General Osório. Segundo o coronel Adivanio, da PM, não estava previsto o impedimento do trânsito nas imediações, mas devido à quantidade de pessoas, a ação acabou sendo feita. “Até o momento está sendo uma manifestação pacífica, não tivemos nenhuma ocorrência. Vamos acompanhar a dispersão”. Cantando o Hino Nacional ao som do buzinaço, estava Adailton Gonçalves Pereira, de 47 anos. A corrupção, segundo ele, fez com que mudasse de posição política em 2018. “Já fui comunista e sou professor de história, mas o PT cometeu o erro de privilegiar alguns e deixou os interesses da população de lado. O partido perdeu a sua essência, por isso,a minha mudança”, disse o professor. “O PT virou vidraça e deixou de ser pedra. Ele mesmo criou e elegeu Bolsonaro. Não queremos partido, queremos políticas públicas. Não sabemos o que vai acontecer, mas precisamos apostar”, afirmou. Ao lado dele estava a amiga e também professora Ester Colferai, de 30 anos. “O resultado da eleição hoje é muito válido, já que o PT não estava dando certo no poder. Foram 14 anos de tentativa. Não podemos mais esperar. Queremos mudanças e direitos iguais para todos”, falou. A professora criticou ainda as cotas raciais. “As cotas são sinônimo de preconceito. Sou contra. Todo mundo tem a mesma capacidade e os mesmos direitos como cidadão. Acredito que o Bolsonaro nos trará essa igualdade. Como professora eu reafirmo: não dava mais. Precisamos começar a mudança na educação e nas salas de aula. Não podemos mais tolerar, por exemplo, aluno agredindo professor. Isso também precisa acabar”, disse.   Para o vigilante Michael Simões de Martins, de 27 anos, que vestia uma camiseta com a estampa de Bolsonaro, o PT foi o maior disseminador de fake news durante as eleições. “Estamos mostrando a força de Campinas. O Haddad foi o maior propagador de notícias falsas nessa eleição. Nossa bandeira é verde e amarela. PT nunca mais, Bolsonaro presidente para um Brasil melhor”, afirmou. Por volta das 21h, os campineiros ainda soltavam fogos e comemoravam o final das Eleições 2018 cantando “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...”.