cachaça e ervas

'Fecha-Corpo' protege contra as doenças

Cerca de 1,8 mil pessoas marcaram presença ontem na 17ª edição do Fecha-Corpo, um evento anual organizado por um bar e um depósito de bebidas

Henrique Hein
20/04/2019 às 09:52.
Atualizado em 04/04/2022 às 09:17

Cerca de 1,8 mil pessoas marcaram presença ontem na 17ª edição do Fecha-Corpo, um evento anual organizado por um bar e um depósito de bebidas, na Rua Angelo Vicentim, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. Ao todo, duas barracas com mesas e cadeiras acomodaram os participantes que aguardaram, ansiosamente, o início da distribuição gratuita de 80 litros de cachaça e dos cerca de dois mil pãezinhos recheados com patê de sardinha. A bebida anualmente é preparada por voluntários, que utilizam sete ervas na receita: cravo, carqueja, arruda, alho, guiné, canela e alecrim. Segundo os organizadores, a cachaça é considerada um "santo remédio" para "fechar o corpo" contra a inveja e doenças. O proprietário do bar e do depósito, Ednilson Grilo, de 50 anos, conta que a ideia de criar a comemoração foi do Seo Antônio Scavassa. Ele explica que o idealizador da festa se inspirou no evento de Monte Alegre do Sul (SP), onde a cachaça "Fecha Corpo" é distribuída gratuitamente desde 1948. Lá, a prática também consiste em beber, em jejum, uma mistura de pinga com guiné ou arruda, acompanhada de um pão com aliche. Grilo enfatiza que não é fácil organizar e dar longevidade a um evento por tanto tempo. Ele explica que a bebida “sagrada” é feita sempre da mesma forma, desde a primeira edição. “A mistura passa todo o período de Quaresma (40 dias) descansando num barril de carvalho lacrado com material plástico e amarrado com sete nós de barbante antes de ser consumida pelos clientes”, revelou. Celebrar a amizade Beber e curtir uma tarde com os amigos. Foi com esse objetivo que o aposentado Vanderlei Ferreira Nunes, de 60 anos, e outros seis amigos decidiram se reunir, pela primeira vez naquele bar. Com uma amizade de mais de 40 anos, o grupo chegou cedo no local para apreciar a famosa cachaça. “Estamos gostando bastante. O ambiente é agradável e com a presença de grandes amigos fica tudo ainda melhor”, comentou o aposentado. O mecânico Fábio Barbieri, de 40 anos, disse ser um frequentador nato da festa. Esse ano, mais uma vez, ele levou a família para curtir. “Vim acompanhado do irmão, sobrinha, da mãe e até do meu tio, que todo ano vem de São Paulo só para tomar umas.”, contou.

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