MUTIRÃO

Faxina recolhe 2 mil preservativos na Lagoa do Taquaral

Mesmo com força-tarefa de limpeza por ONG, problema persiste em vários pontos da área verde; banheiro próximo da Concha Acústica, que era usado para os atos sexuais foi fechado pela Prefeitura

Cecília Polycarpo
21/02/2015 às 10:12.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:59
Sexo casual ao ar livre provoca o acúmulo de camisinhas no chão: maior fiscalização por parte da Guarda Municipal seria possível solução do problema ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )

Sexo casual ao ar livre provoca o acúmulo de camisinhas no chão: maior fiscalização por parte da Guarda Municipal seria possível solução do problema ( Janaína Ribeiro/ Especial a AAN )

Um mutirão de limpeza na Lagoa do Taquaral, em Campinas, realizado na última terça-feira (17), recolheu pelo menos dois mil preservativos usados e suas embalagens. O volume de sujeira foi suficiente para encher um saco de lixo de 30 litros. Mas mesmo com a força-tarefa, vários pontos do parque ainda têm milhares de preservativos descartados. Para a ONG Gatos da Lagoa do Taquaral, que organizou a ação, o problema é sanitário e de saúde pública. Ativistas afirmaram que o material pode contaminar o solo, além de ser a causa de engasgamento de animais. O problema seria resolvido, segundo eles, com a presença da Guarda Municipal durante a noite para coibir a prática de sexo no parque.Há pelo menos quatro anos, o Correio publica matérias sobre o uso do Taquaral para a prática de sexo casual ao ar livre. Por diversas vezes a Prefeitura informou que as rondas da GM seriam intensificadas, mas o problema persiste. As pessoas invadem a área verde em buracos no gradil. Membro da ONG, Regina Crus afirmou que a intenção do mutirão foi a de recolher copos, garrafas e outros tipos de sujeira, mas os voluntários passaram quase o dia inteiro pegando preservativos.“O objetivo era eliminar a sujeira e possíveis locais de criadouro do mosquito da dengue. Mas a quantidade de camisinhas encontradas nos surpreendeu. Recolhemos muitas, mas mesmo assim conseguimos limpar uma parte muito pequena”, contou. Regina disse que já houve diversos casos de gansos e gatos que engasgaram com os preservativos. “Já vimos uma criança bem pequena pegando a camisinha na mão. É um problema muito sério, caso de saúde pública”, apontou.O Correio esteve novamente no local e constatou que o parque continua com muitas camisinhas jogadas no meio da vegetação. São ao menos quatro pontos, entre troncos de madeiras caídos no chão, árvores e áreas com vegetação rasteira. Um das áreas mais críticas fica próxima à Concha Acústica, perto de um núcleo de casinhas para os gatos. Há também pedaços de papel higiênico e bisnagas de lubrificantes. Algumas embalagens aparentam estar no local há anos e são vestígios da alta frequência do parque como “motel”. A impressão é de pisar em um tapete de embalagens de camisinhas.Um banheiro próximo da Concha Acústica que também era usado para os atos sexuais foi fechado pela Secretaria de Serviços Públicos. “É um absurdo a Prefeitura fechar um dos poucos banheiros da Lagoa por esse motivo, em vez de investir em segurança”, disse Regina.A mulher foi uma das militantes da causa animal que participou de uma manifestação pela morte de gatos do Taquaral no último dia 7. O ato ocorreu durante a cerimônia de entrega da academia de ginástica para deficientes no parque, que contou com a presença do prefeito Jonas Donizette (PSB).Na ocasião, o prefeito ouviu as reivindicações e uma delas era o reforço da segurança do parque para coibir práticas sexuais. “Pedimos o conserto do gradil, que foi feito. Mas eles abriram o buraco de novo, no mesmo tempo. Isso já aconteceu várias vezes. Precisamos de segurança à noite no parque”, disse Regina.A Secretaria de Serviços públicos informou que pelo menos 10 funcionários do parque trabalham todos os dias na varrição. A Pasta não explicou, no entanto, como mesmo com a limpeza milhares de preservativos continuam no local. Ainda segundo a Secretaria, as rondas da GM foram intensificadas no parque para conter os atos.

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