IMPACTO

Faturamento de bares cai 60% no ano

Setor de bares e restaurantes vinha de um aumento de 4,8% em 2019, após a crise de 2018He

Henrique Hein
03/01/2021 às 09:21.
Atualizado em 22/03/2022 às 14:03
Ao final de 2019, crescimento era de 4,8% após as crises de 2017 a 2018, e a expectativa para 2020 era de um novo crescimento, da ordem de 4% (Leandro Ferreira/AAN)

Ao final de 2019, crescimento era de 4,8% após as crises de 2017 a 2018, e a expectativa para 2020 era de um novo crescimento, da ordem de 4% (Leandro Ferreira/AAN)

O setor de bares e restaurantes terminou o ano de 2020 na Região Metropolitana de Campinas (RMC) com uma queda de 60% no faturamento por causa da pandemia do novo coronavírus. Trata-se de um número muito diferente do previsto inicialmente em janeiro. Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) da RMC, explica que o setor ao final de 2019 vinha de um crescimento de 4,8% após as crises de 2017 a 2018, e que a expectativa para 2020 era de um novo crescimento, da ordem de 4%, antes da chegada do novo coronavírus.

Em 22 de março, o Governo de São Paulo decretou quarentena em todos os 645 municípios paulistas e dividiu as regiões do Estado em fases de classificação.

Nos primeiros meses da pandemia, apenas os serviços essenciais, como mercados e drogarias, estavam autorizados a funcionar.

Conforme o número de casos e mortes foram diminuindo, outros serviços começaram a ganhar autonomia para operar.

No caso dos bares e restaurantes, o funcionamento das atividades presenciais na região teve reinício apenas em agosto.

“Foram mais de 140 dias de portas fechadas para atendimento presencial, a partir de março, quando Estado e Prefeitura decretaram a quarentena para conter o avanço do vírus. Neste período, os bares operaram somente com os sistemas de delivery e drive thru, que não foi suficiente para conter a queda do faturamento”, explica Mason.

Dados

De acordo com dados da Abrasel RMC, cerca de um terço d</IP>os estabelecimentos da região fecharam as portas em 2020 por dos impactos causados com o fechamento forçado do setor.

Das 15 mil empresas que a região possuía antes da pandemia, pouco mais de 4,2 mil deixaram de existir até dezembro.

Já o número de funcionários demitidos superou a barreira dos 15 mil trabalhadores. Antes da Covid-19, o número de pessoas empregadas no setor era de 60 mil.

Segundo Mason, o mês de dezembro, por causa das festas de Natal e Réivellon, é o de maior faturamento para o setor.

Porém, os comerciantes - que antes estavam animados com a possibilidade de recuperar parte do prejuízo acumulado ao longo do ano - ficaram frustrados com a decisão do governador João Doria (PSDB) de retroceder o Estado para a fase vermelha do Plano SP nos dias 25 a 27 de dezembro e 1 a 3 de janeiro.

“Estas vendas ajudam no pagamento de contas de janeiro, como salários, 13º do pessoal, impostos e, em 2021, das parcelas de auxílio concedido pelo Governo Federal para manutenção dos empregos e dos próprios estabelecimentos”.

Projeções futuras

A expectativa para 2021, segundo o presidente da Abrasel RMC é de bastante pessimismo e apreensão.

Mason avalia que se a crise demorar muito tempo, a projeção mais pessimista é de que somente 20% dos estabelecimento no Brasil se mantenha aberto, diante das dificuldades financeira e da falta de caixa.

A Abrasel RMC prevê que nos próximos dias 30 dias existe a possibilidade de 3 mil empresas fecharam suas portas e demitirem 10 mil funcionários.

Atualmente, 80% do setor é formado por pequenos empresários, com faturamento de até 40 mil reais mensais. “Já debilitado financeiramente, o setor entra em 2021 ainda mais pressionado com pagamento de salários, impostos mensais, aluguel, financiamentos, inicio das parcelas de auxílio concedido pelo Governo Federal para manutenção dos empregos e dos próprios estabelecimentos”, disse Mason. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por