em Sumaré

Famílias de pacientes não recebem fraldas

Famílias de pacientes portadoras de necessidades especiais afirmam que não estão recebendo, há pelo menos cinco meses, suplementos, dietas e fraldas

Alenita Ramirez
04/07/2019 às 15:31.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:34

Ao menos 60 famílias de pacientes portadoras de necessidades especiais de Sumaré, que dependem da assistência municipal, afirmam que não estão recebendo, há pelo menos cinco meses, suplementos, dietas e fraldas. Em alguns casos, a fralda, por exemplo, está sendo liberada em pequenas quantidades, fora do recomendado pelo médico. Em nota, a Prefeitura de Sumaré informou que a Secretaria Municipal de Saúde mudou o protocolo de atendimento e que as famílias devem se recadastrar para ver se enquadram-se nas novas regras. A doméstica Merlin de Almeida Pereira, de 37 anos, tem um filho de 9 anos portador de hidrocefalia e autismo. Ela vive de aluguel e recebia ajuda da Prefeitura com fraldas e suplementos, já que ela mora sozinha com o filho, que não recebe pensão. "Vivo com o benefício no valor de um salário-mínimo do meu filho, mas gasto cerca de mil reais por mês com remédios. Por dia, ele usa cinco fraldas. Eu não posso trabalhar porque tenho que cuidar dele. Faço crochê para ajudar no orçamento, mas, mesmo assim, passo mês apertada" , disse, frisando que há cinco meses não recebe fraldas e há sete, os suplementos. As famílias até montaram um grupo no aplicativo WhatsApp para trocar experiências, ajuda e reivindicações. Os pacientes são de variadas causas e idades. A dona de casa Sícera Vieira da Silva Augusto, de 53 anos, também integra o grupo. Ela cuida dos pais, octogenários e portadores de necessidades especiais. A mãe, de 83 anos, usa fralda geriátrica e suplementos. Já o pai, cadeirante, de 88 anos, usa fralda. Por dia, o casal faz uso de 12 fraldas. Para cuidar dos pais, ela deixou o trabalho de cabeleireira e passou a morar na casa deles, no bairro Santa Teresinha, na região do Matão. "O médico recomendou para os dois, 170 fraldas por mês, mas não recebo essa quantidade. A primeira vez que peguei, foram 70. Depois foi caindo a quantidade. Eu não tenho condições de comprar. Recebo uma pequena ajuda da igreja, mas preciso que o município conceda" , disse. Outro lado Em nota, a Prefeitura informou que Sumaré atende normalmente aos pacientes oriundos de processos judiciais. Além disso, foi reformulado o DANF (Departamento de Atenção Nutricional e Fraldas), que ampliou "o atendimento aos que mais precisam" . "Agora, a dispensação dos produtos nutricionais é exclusiva para usuários que façam uso de alimentação enteral (dieta por sonda) e pacientes oncológicos graves que possuem dieta via oral" , disse e acrescentou: "O DANF faz a entrega de suplementos, dietas e fraldas, atendendo a pacientes que foram avaliados e encaminhados por médicos ou nutricionistas" , destacou. Segundo a Prefeitura, o novo protocolo exige que o paciente deve ser morador da cidade há, no mínimo, dois anos, estar cadastrado no CadÚnico (Cadastro Único) do Governo Federal, ter cadastro ativo na rede pública de saúde e, no caso das fraldas, ter a partir dos dois anos de idade. Caso o paciente tenha sido atendido inicialmente na rede privada de saúde, o mesmo deverá procurar a unidade de saúde de referência para os procedimentos de avaliação. "Após a avaliação, diagnóstico e recomendação médica o paciente que necessitar será encaminhado para o DANF, que fará a triagem para analisar se o usuário se encaixa nos requisitos exigidos" , nformou. A Prefeitura orienta que após ser inserido no serviço, o paciente ou responsável deve protocolar os documentos solicitados no Centro Administrativo de Nova Veneza, na Avenida Brasil, n° 1.111. O benefício é renovado a cada 90 dias, mediante atualização de documentos.

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