FALHA

Famílias de cadeirantes sofrem em rua de terra

Buracos e muita terra são obstáculos quase impossíveis de serem superados quando as famílias precisam sair de suas casas empurrando as cadeiras de roda

Gustavo Abdel
28/07/2015 às 21:10.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:43
Silvania, de 60 anos, não consegue mais empurrar o filho Fernando, de 19, que tem doença degenerativa ( Dominique Torquato/ AAN)

Silvania, de 60 anos, não consegue mais empurrar o filho Fernando, de 19, que tem doença degenerativa ( Dominique Torquato/ AAN)

A situação de duas famílias que possuem filhos cadeirantes e que vivem em uma viela do bairro Satélite Íris 1, região do distrito do Campo Grande, em Campinas, se torna cada dia mais dramática. Buracos e muita terra são obstáculos quase impossíveis de serem superados quando as famílias precisam sair de suas casas empurrando as cadeiras de roda. O problema com aquela via, próxima à Rua Devanei Costa, não é de hoje e parece não haver solução tão breve, na perspectiva de quem mora no local.A dona de casa Silvania Santos Bassan, de 60 anos, conta que já são cinco anos — desde que mudou do Jardim Campos Elíseos para aquela viela — em que todos os dias precisa lutar contra o terreno irregular para empurrar seu filho Fernando Santos, de 19 anos. Fernando possui uma doença degenerativa e desde o nascimento não tinha o movimento nas pernas. “Minha mãe fica muito cansada em me empurrar nessa ladeira”, disse Fernando, olhando para sua mãe.Perguntada se alguém a ajuda a transportar o filho por entre o terreno acidentado, Silvania revela: “Somente Deus me ajuda a ter forças para conseguir sair de casa”. O marido faleceu há três anos, e a outra filha, Luciana, de 30 anos, tem síndrome de down. O que recebe para a sobrevivência são pouco mais de R$ 700, recebidos por meio de Fernando.“Já jogaram cascalho uma vez nessa viela, mas veio a chuva e levou tudo. Depois disso ninguém mais da Prefeitura apareceu aqui. Já faz mais de dois anos”, lembra. Sempre com o sorriso no rosto, Fernando também lamenta a viela estar naquele estado, e sua preocupação com a mãe, que já está com problemas na coluna de tanto fazer esforço. “Precisam arrumar logo”, falou o jovem, que passa longas horas do dia jogando videogame na garagem do pequeno imóvel.Outro casoPoucas casas mais para baixo, um garoto de aproximadamente 7 anos também depende da cadeira de rodas. A reportagem foi até a residência dele, onde mora com a mãe e mais uma parente, mas ninguém atende. Fotos enviadas para a redação do Correio mostram também a dificuldade de locomoção da mãe. “Hoje ela saiu com ele no colo, estava sem a cadeira de rodas”, contou Silvania. “Também já levei o Fernando muitas vezes no colo nessa ladeira, porque não tem condições”, expõe Silvania.A cadeira utilizada pelo adolescente já está precisando ser trocada, e Silvania aproveitou para pedir ajuda àqueles que se sensibilizam com o drama enfrentado por Fernando, para que doem uma nova cadeira de rodas. Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que pedirá para que a Administração Regional (AR) responsável por aquela região do Satélite Íris, encontre alguma alternativa urgente para amenizar os problemas daquelas famílias. PARA AJUDARCom o pouco que a família ganha por meio do benefício de Fernando, falta muitas vezes dinheiro para a compra de fraldas e alimentos. Dessa maneira, Silvania permitiu que fosse divulgado os dois contatos para quem puder ajuda-los: 98858-6642 ou 98874-2942.

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