Grupo de moradores quer ficar no terreno que ocupa irregularmente na Vila Soma
Cerca de 300 moradores da ocupação Vila Soma, duas áreas industriais particulares de Sumaré invadidas no ano passado, acampam desde a manhã de segunda-feira (18) em frente à Prefeitura em busca de diálogo com a prefeita Cristina Carrara (PSDB) sobre a reintegração de posse comunicada oficialmente aos moradores na última semana. O trecho da Rua Dom Barreto em frente à Administração municipal, no Centro, permanecia interditado até a noite de ontem.Morador da ocupação, o segurança Floriano Machado de Almeida, de 42 anos, alega que a Prefeitura divulga oficialmente o número de 500 famílias residentes na área, quando na verdade contabilizam 5 mil famílias morando no local. “Ela falou que pode custear auxílio-moradia para a gente, mas em um ano e cinco meses que estamos lá não forneceu nenhum apoio, nem o básico”, disse. “Se formos sair, que seja por conta dos proprietários”, ressaltou.ReuniãoA Prefeitura afirmou que o secretário municipal de Governo, João Alberghini, se reuniu nesta terça-feira (19) com representantes da Associação de Moradores do Projeto Vila Soma e com as secretárias de Inclusão Social, Maria José de Araújo, e de Habitação, Geralda Magalhães. Ressaltou que a ocupação está em áreas particulares, sendo uma pertencente a uma massa falida, portanto sob gestão do próprio Judiciário. A reintegração de posse se refere a duas ações, uma pelos proprietários das áreas e outra pelo Ministério Público, devido à ocupação de Área de Preservação Ambiental Permanente e ao parcelamento ilegal de solo.Quanto à reintegração, informou que será feita pela Polícia Militar com estrutura fornecida pelos proprietários e apenas participará para cadastramento social das famílias, eventual transporte para pessoas com dificuldade de locomoção, apoio de ambulâncias e Conselho Tutelar. Por fim, informou que abrirá cadastro habitacional municipal para famílias do movimento que se enquadrem nos critérios estabelecidos pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, único programa habitacional com moradias em construção na cidade. Registros policiaisDurante a caminhada entre a Soma e o Paço anteontem de manhã um manifestante foi atingido por um Fiat Uno na Avenida Rebouças, perto da Praça das Bandeiras, no Centro. Segundo a motorista do veículo, V.I.S., 23 anos, teria se jogado sobre o capô, quebrou o limpador do para-brisa e fez ameaças. Várias motos a seguiram, sendo que um motociclista a alcançou e entrou no veículo, a mandou para o banco passageiro, fez manobras arriscadas e só deixou a vítima sair do carro após quebrar o vidro traseiro. S. foi socorrido pelo Samu à UPA e transferido ao Hospital Estadual. Um outro motorista fez queixa de dano em seu veículo por parte de manifestantes, com chutes e armados de pedaços de metal, quando passava sob o Viaduto Comendador Aristides Moranza. Os casos são apurados pelo 1º Distrito Policial da cidade.