desespero

Família vende tudo para sobreviver

Estou vendendo as coisas da minha casa para poder pagar o aluguel. Não sei mais o que fazer. Essa declaração é de Zilvane das Graças Ribeiro da Silva

Henrique Hein
23/04/2020 às 08:06.
Atualizado em 29/03/2022 às 15:59

“Estou vendendo as coisas da minha casa para poder pagar o aluguel. Não sei mais o que fazer.” Essa declaração é de Zilvane das Graças Ribeiro da Silva, de 50 anos, que se emociona ao falar sobre o momento de dificuldade financeira que ela e sua família vêm passando ultimamente. Desempregada desde o mês de novembro do ano passado, ela não encontrou outra forma de sobreviver à quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus senão colocando à venda de todos os móveis e objetos da casa onde mora, no bairro São Bernardo, em Campinas. “Aqui em casa temos eu, meu marido e meus dois filhos. Todo mundo está desempregado. Estou vendendo tudo que tenho para poder pagar o aluguel”, explica.Nos últimos meses, móveis, como sofás e camas, além de itens que pertenciam à família, como televisão, fogão, micro-ondas, panelas e liquidificador, foram vendidos para que conseguissem pagar o aluguel. “Só não vendi a geladeira, porque preciso dela para guardar os mantimentos”, destaca a Zilvane que - assim como muitos brasileiros - está com problemas para acessar o auxilio emergencial de R$ 600,00. “O Governo Federal liberou o auxilio e inventou uma conta digital, mas a gente não consegue ter acesso a ela”, afirma. O dinheiro, segundo ela, já não seria suficiente para pagar todas as despesas. Para piorar a situação, ela também parou de receber o seguro desemprego do seu antigo trabalho. De acordo com ela, sua família só não está passando fome por causa da ajuda que recebem de algumas instituições religiosas que se sensibilizaram com a situação deles. “Comida eu ainda como, porque as igrejas nos dão cestas básicas, Mas, para conseguir pagar o aluguel está complicado”, afirma a mineira de nascimento, que há mais de duas décadas se mudou para Campinas. Zilvane relata ainda que precisou desmarcar uma consulta particular que estava marcada para o mês maio. Recentemente, ela passou por uma cirurgia para retirar um tumor do útero. Porém, sem o emprego antigo – que lhe fornecia um plano de saúde – e sem dinheiro para pagar o retorno da consulta, ela ficou sem escolha. “O médico que fez a minha cirurgia me atendia pelo plano de saúde da empresa e agora ele não pode me atender, porque eu não tenho mais como pagar”, afirma. “Eu ia continuar o tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas veio o coronavírus e fiquei sem médico. Estou com dois exames para fazer ainda”, explica. Zilvane afirma também que precisa de mais R$ 400,00 para conseguir pagar o aluguel que, segundo ela, venceu ontem. “Eu moro numa casa e os donos daqui são um casal de idosos, que dependem do dinheiro do aluguel para sobreviver. Como eu vendi minha televisão e paguei a metade do valor, eu combinei com eles que até a semana que vem eu vou dar um jeito de pagar o restante", disse a mineira que, mais do que dinheiro ou doações, afirma precisar de um emprego como copeira hospitalar. “É o que eu mais preciso no momento para conseguir ganhar dinheiro e poder pagar minhas contas”. Interessados, podem ajudar Zilvane por meio do telefone: (19) 97124-1150. Quem preferir mandar uma mensagem de WhatsApp no número: (19) 99857-7032. Confira o vídeo:

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