recomeço

Família refugiada investe em 'delícias'

A família síria refugiada, que pediu ajuda em junho deste ano, abriu um restaurante árabe na Avenida Mirandópolis, na Vila Pompeia

Alenita Ramirez
alenita.jesus@rac.com.br
19/09/2017 às 10:12.
Atualizado em 22/04/2022 às 18:24

Nesrin e Othman no restaurante "Delícias da Síria", aberto na Avenida Mirandópolis, em Campinas: recomeço após fuga dos terrores da guerra (Carlos Souza Ramos)

A família síria refugiada, que pediu ajuda em junho deste ano para trazer para Campinas parte de seus integrantes que estavam em Istambul, na Turquia, abriu um restaurante árabe na Avenida Mirandópolis, na Vila Pompeia. A iniciativa ocorre após uma campanha solidária ajudar na união da família, cujo drama foi retratado pelo Correio. Teve apoio, inclusive, de um desses colaboradores, que se tornou amigo da família e os ajudou com contatos e transporte. Outro amigo, um árabe, se voluntariou como fiador na locação do imóvel. O voluntário prefere permanecer anônimo. “Mais que um amigo, é um irmão”, disse Othman, de 37 anos, um dos irmãos beneficiados, sobre o “herói” voluntário. A inauguração do restaurante foi ontem e o local funcionará das 7h às 22h. A princípio, como teste, pelo menos nas duas primeiras semanas, ficará aberto para almoço e jantar, de segunda a domingo. A escolha da Avenida Mirandópolis para receber o estabelecimento, segundo Othman, se deve à vizinhança, que acolheu bem o projeto. A princípio, o negócio será comandado apenas por Othman, já que seus irmãos Nabil e Mahmoud estão em São Paulo desde julho, quando conseguiram trabalho em restaurante por lá. Na época, os 12 integrantes da família, sendo sete crianças, viviam em um pequeno apartamento no Jardim Brasil. A proposta de Othman é de unir toda a família, inclusive em um futuro próximo trazer a mãe deles e uma sobrinha de 6 anos que ainda vivem na Síria. “Estamos tentando aqui. Vamos ver como funciona o restaurante.” Ontem Mahmoud veio dar uma força ao irmão e à cunhada, Nesrin. A princípio, o estabelecimento denominado “Delícias da Síria” terá o casal como cozinheiros e um ajudante, que não é da família, e uma funcionária que atuará como operadora de caixa. Como não tinha condição de bancar o aluguel de uma casa para moradia, o casal, com seus três filhos pequenos, transformou as salas que ficam na parte superior do imóvel em residência. O prédio recebeu um toque de Othman, que é pintor, designer de interior e pedreiro, além de bom cozinheiro. A aposta da família é em uma cozinha totalmente árabe, com pratos salgados e doces. O cardápio vai desde quibe a churrasco grego (Shawarma). Os ingredientes usados na culinária são comprados no Mercado Municipal, na Ceasa e também de fornecedores de São Paulo. Neste último caso, são os temperos. A refeição será vendida por quilo, a R$ 36,00. O drama da família Idris ou Edrees (erro na documentação) foi publicado no Correio do dia 22 de junho. Na época, os três irmãos estavam desempregados, após uma frustrada sociedade. Um dos irmãos, Nabil, de 40 anos, havia deixado na Turquia a mulher e quatro filhos pequenos e tinha até 3 de julho para tirar a família daquele país, já que estavam com visto de turista e o prazo expirava. A reportagem sensibilizou os leitores, que fizeram uma corrente solidária. Em menos de uma semana conseguiram o valor das passagens e a mulher com as crianças chegaram ao Brasil no dia 3 de julho.

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