caso guarujá

Família espera justiça em julgamento

O garçom Robinson de Jesus Lima, suspeito de envolvimento no assassinato do campineiro Mário dos Santos Sampaio no Guarujá, vai a júri popular amanhã

Alenita Ramirez
27/08/2019 às 07:46.
Atualizado em 30/03/2022 às 17:13

O garçom Robinson de Jesus Lima, suspeito de envolvimento no assassinato do campineiro Mário dos Santos Sampaio, no Réveillon de 2012, no Guarujá, vai a júri popular amanhã. Os patrões dele — o dono do restaurante onde aconteceu o crime, José Adão Pereira Passos, e o filho do comerciante, Diego Souza Passos — foram julgados em outubro de 2015 e seguem presos. Foram condenados, respectivamente, a 17 e 14 anos de prisão. "Esperamos mais uma vez que a justiça seja feita. O garçom não feriu meu irmão, mas ele pegou a faca e entregou ao assassino, em vez de separar a briga", disse a pedagoga Valéria Cristina Santos Sampaio. O estudante foi morto a facadas depois de uma discussão por causa de uma diferença de R$ 7 no valor de uma conta, no dia 31 de dezembro de 2012. Mário, na época com 22 anos, passava férias na região e jantava com três amigos e a namorada em uma churrascaria. A confusão teve início quando o jovem se recusou a pagar o valor da conta de R$ 19,99, alegando que o preço divulgado era de R$ 12,99. José Adão disse que aceitava o valor de R$ 12,99. Porém, Diego, que era o gerente, passou a ameaçar o jovem, dizendo que ele o aguardaria do lado de fora para brigar. "Segundo testemunhas, o gerente colocou uma faca no bolso e foi para a porta, junto com o garçom, mas na hora da briga, o garçom pegou outra faca que estava na área da pizzaria e entregou ao dono", contou o advogado de acusação, Antônio Gonzalez Santos Filho. O estudante chegou acionar a Polícia Militar (PM) antes da tragédia, porém, José Adão o atacou com socos. Diego e Lima voltaram para o interior do estabelecimento e ajudaram nas agressões. O dono do restaurante golpeou o jovem com três facadas nas costas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi solicitado, mas o rapaz não resistiu e morreu. "Hoje a gente tentar levar a vida sem meu irmão. Ele queria conhecer o mundo, amava viajar, estava com um mochilão pago. Iria com um amigo que, inclusive, estava no restaurante no dia do ocorrido", contou Valéria. Mário era o filho do meio. A irmã caçula morreu ainda criança. Os pais do jovem, Maria Helena dos Santos Sampaio e Renato Camargo Sampaio, o cunhado do jovem, Iberê Nascimento de Oliveira e a prima, Marcela dos Santos Sampaio vão acompanhar o julgamento no Fórum do Guarujá. Ao menos 20 pessoas de diversas partes do estado deverão testemunhar. Lima responde ao processo em liberdade porque fugiu após o crime, mas se apresentou durante as oitivas. "Estamos confiantes na justiça. As testemunhas que viram tudo relataram e está nos autos. Se elas mantiverem os depoimentos, com certeza o garçom será condenado", disse Santos Filho. Pena ampliada José Adão e o filho Diego estão presos desde o crime. Em 2015, José Adão foi condenado a 17 de prisão e o filho, a 14 anos. O julgamento também durou três dias, devido ao número de testemunhas. Na época, após a sentença, Santos Filho entrou com recurso por considerar que o tempo de prisão proferido era pequeno pelo tipo de crime cometido pelos suspeitos. O pedido foi acatado em segunda instância e ampliado em 20 e 17 anos, respectivamente. O advogado de defesa dos acusados ainda tentou recorrer, mas o pedido não foi aceito pelo Supremo Tribunal da Justiça (STJ). O local onde eles estão não foi informado. O processo corre em segredo de justiça. Santos Filho acredita que por se tratar de apenas um réu, desta vez o julgamento, que começa às 9h15, deverá durar no máximo dois dias.

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