ROUBO DE CARGA

Família diz que taxista foi preso por engano

Taxista tinha acabado de parar o veículo no estacionamento ao lado da sede da empresa abordada pela polícia e teria sido apontado por engano como um dos bandidos

Gustavo Abdel
26/05/2015 às 20:36.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:21

Familiares e amigos de um taxista preso acusado de fazer parte da quadrilha que roubou um caminhão, na última segunda-feira (25), no Centro de Campinas, alegam que ele é inocente e que a prisão foi feita com base em um reconhecimento “equivocado” de uma das vítimas. Alexandre Pereira do Nascimento, de 34 anos, foi transferido nesta terça-feira, 26, da cadeia no São Bernardo até o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Hortolândia e advogados tentam a liberdade dele com base nos registros do trajeto que o taxista fez no momento em que acontecia o assalto. O roubo de um caminhão carregado de bebidas na esquina das ruas Regente Feijó e Cônego Cipião aconteceu por volta das 10h30. O motorista e dois ajudantes foram rendidos por um homem armado com um revólver calibre 38. O veículo foi encontrado já descarregando bem próximo do local do assalto, em um estacionamento na esquina das ruas Cônego Cipião e Álvares Machado. Quatro pessoas foram presas nesse local. Segundo o presidente da empresa Rádio Táxi, Jorge Pansani de França, Alexandre tinha acabado de parar o táxi no estacionamento ao lado da sede da empresa, na Álvares Machado para instalação de um aplicativo no veículo. “Assim como outras pessoas ele foi ver o que estava acontecendo e foi abordado por um policial, que o chamou para averiguação. Foi então que ele não voltou mais.” O presidente mostrou à reportagem o relatório de corridas feitas por Alexandre. Segundo o documento, o taxista começou a trabalhar às 5h31 e parou com as corridas (12 ao todo) somente às 11h12, com o desembarque no Jardim Chapadão. “Às 11h37 ele chegou ao estacionamento para fazer a instalação do aplicativo de chamadas para corridas que a empresa está colocando nos carros. Essa planilha é a prova fundamental que será apresentada à Justiça para que conceda à ele a liberdade provisória”, informou o advogado Felipe Tadeu Santana. Alexandre trabalha na empresa há quatro anos. No momento em que ocorria o assalto, por volta das 10h40, conforme informou as vítimas à Polícia Militar, Alexandre seguia do bairro Botafogo sentido a Vila Nova, onde chegou às 10h48 para o embarque do passageiro, segundo o documento da Rádio Táxi. “Tentamos apresentar essas provas para a delegada, mas na delegacia deram de ombros”, disse o advogado. Segundo testemunhas, os policiais tiraram uma foto de Alexandre e apresentaram a uma das vítimas, que o teria reconhecido como também sendo autor do assalto. “Eles disseram que era um rapaz de camisa preta, e meu marido estava com a camiseta listrada. Foi uma avaliação aleatória das vítimas”, acredita Miriam Pereira da Silva, de 29 anos. “Ele não tem nenhuma passagem, é pai de família e muito tranquilo.” Os familiares não conseguiram contato com Alexandre desde que ele foi detido. A reportagem procurou as autoridades através da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Até as 18h10 o órgão não retornou.

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