ASSISTÊNCIA SOCIAL

Família Acolhedora completa 26 anos com homenagem

Câmara realiza solenidade para celebrar o programa e os 33 anos do ECA

Bianca Velloso/ [email protected]
13/07/2023 às 08:47.
Atualizado em 13/07/2023 às 08:47
Em um dos serviços, quase metade das 193 crianças e adolescentes voltou para as suas famílias biológicas (Alessandro Torres)

Em um dos serviços, quase metade das 193 crianças e adolescentes voltou para as suas famílias biológicas (Alessandro Torres)

O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora completa 26 anos em Campinas com direito a uma homenagem na Câmara Municipal de Vereadores, nesta quinta-feira (13), às 14h. Desde a fundação em 1997, 469 crianças e adolescentes já foram acolhidos por famílias na cidade. A Prefeitura de Campinas possui dois serviços que atendem ao programa Família Acolhedora. Um deles, municipal, é o Serviço de Acolhimento e Proteção Especial à Criança e ao Adolescente (Sapeca), que conta com 10 famílias cadastradas. Outro, é o ConViver, que é terceirizado e tem 14 famílias inscritas. Cada serviço tem capacidade de atender 20 famílias.

Ambos trabalham com a mesma missão, que é fazer uma ponte entre crianças e adolescentes que precisam de acolhimento e as famílias acolhedoras. As famílias inscritas recebem uma ajuda de custo, mas o valor não foi divulgado pela Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas.

Os serviços acolhem crianças e adolescentes de até 17 anos e 11 meses, com prioridade para crianças na primeira infância (0 a 6 anos), conforme estabelecido pela Lei Municipal n˚ 13.257/2016, conhecida como Lei da Primeira Infância, e especificado no Plano da Primeira Infância Campineira – PIC.

A Família Acolhedora é uma alternativa ao acolhimento institucional, visando fornecer um ambiente familiar para crianças e adolescentes até que eles possam retornar às suas famílias biológicas ou serem encaminhados para adoção. O serviço foi legalmente reconhecido em 2009, por meio da Lei 12.010, que adicionou ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a previsão desse tipo de acolhimento.

A professora de inglês, Paula Breda, 45 anos, faz parte do serviço Família Acolhedora. Ela já equipou o apartamento onde mora com berço e demais aparelhos adequados para bebês, pois ela prefere acolher crianças que estejam nessa faixa etária. Casada há 20 anos, Paula e o Marido, Osmael Breda, 50 anos, não podem ter filhos. Por isso, decidiram entrar para o serviço. 

O casal até cogitou adotar uma criança, mas, em razão do longo tempo para concretizar o processo, desistiu e optou por acolher crianças que precisam desse carinho. Eles entraram no programa Famílias Acolhedoras em 2016. Atualmente, estão recebendo a sexta criança e pretendem continuar realizando essa ação por mais tempo.

A professora destacou que a despedida é difícil, embora faça parte da missão que os dois escolheram.

“São laços profundos que o tempo não vai destruir. Precisamos de uma determinação muito forte e uma estrutura psicológica para o desenlace”, explicou a professora.

Mariana Martins Alves Alcântara, coordenadora do Serviço ConViver, explicou como funciona o serviço.

“Acolhemos crianças e adolescentes cujas famílias se encontram impossibilitadas de cumprir a função de cuidado e de proteção necessária ao bom desenvolvimento de seus filhos.”

O serviço opera com uma equipe interdisciplinar, que realiza o acompanhamento sistemático com o acolhido, a família de origem e a família acolhedora.

Em 17 anos de atuação, o ConViver já acolheu 193 crianças e adolescentes. Desse total, a partir do trabalho da equipe do serviço, 88 crianças e adolescentes puderam retomar o convívio com as suas famílias biológicas. Nos casos em que o retorno não é possível, as crianças são encaminhadas, por meio do Poder Judiciário, para famílias substitutas em adoção.

“O serviço de Família Acolhedora representa a inovação em relação às modalidades de acolhimento. Isso por ser a alternativa que proporciona afeto e cuidado individualizados às crianças e adolescentes, em ambiente familiar, contribuindo para o seu desenvolvimento integral”, argumentou a coordenadora do ConViver, que acrescentou que o desafio atual é ampliar o número de famílias acolhedoras que moram em Campinas para também aumentar a quantidade de crianças acolhidas.

SOLENIDADE

Acontece hoje, às 14h, no Plenário da Câmara Municipal de Campinas, uma solenidade para celebrar os 33 anos do ECA e os 26 anos do serviço Família Acolhedora.

"Ele proporciona para centenas de crianças e adolescentes da nossa cidade um ambiente seguro, afetuoso e propício ao desenvolvimento. A nossa meta é continuar ampliando o número de famílias acolhedoras", afirmou Vandecleya Moro, secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas.

Na sessão comemorativa, serão homenageados os criadores e gestores do serviço em Campinas, além da agência de publicidade Soma Criativa, que criou a logomarca do Família Acolhedora e cedeu, em 2013, os direitos autorais à Prefeitura e ao governo federal.

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