MÁRIO GATTI

Falta de vacina preocupa pacientes com câncer

Prefeitura informou que uma licitação está em fase final e as doses chegarão em breve. Por ano, são solicitadas de 400 a 600 unidades

Camila Ferreira
22/06/2016 às 20:21.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:00
Celso Marchi, junto com seu pai Itacil, que necessita da vacina  (Edu Fortes/AAN)

Celso Marchi, junto com seu pai Itacil, que necessita da vacina (Edu Fortes/AAN)

Campinas está com falta da vacina usada para o tratamento de câncer na bexiga, a onco BCG, desde setembro do ano passado. O problema estaria na produção do medicamento, que fica a cargo de um único laboratório no Brasil, a Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), do Rio de Janeiro. De acordo com a instituição, a produção foi ajustada e novas remessas foram encaminhadas para abastecer as distribuidoras desde o mês passado. A Secretaria Municipal de Saúde informou que uma licitação está em fase final e as doses chegarão em breve. Por ano, são solicitadas de 400 a 600 unidades pelo Hospital Mário Gatti. O pai de Celso Ricardo Marchi precisou passar por uma cirurgia por conta de câncer na bexiga no hospital há três meses. Assim que saiu do procedimento, o médico informou que ele precisaria passar pelo tratamento com a vacina onco BCG uma vez por semana. Porém, o empresário não encontrou a vacina no hospital e nem em clínicas particulares. “Procuramos a opinião de outros médicos para verificar se seria apenas esse tratamento, se não haveria outra possibilidade, mas infelizmente para esse tipo de câncer, apenas a vacina funciona. Meu pai está bem e a cirurgia foi ótima, porém, se ele não realizar o procedimento, as células cancerígenas podem voltar a crescer”, contou. Marchi recebeu uma carta da diretoria do hospital dizendo que o medicamento estava em falta no mercado. “O laboratório não disponibiliza para pessoa física, apenas para as distribuidoras ou pessoas jurídicas, como hospitais. Daqui a 15 dias ele fará uma ultrassonografia para ver como está o quadro. Mesmo assim ficamos preocupados, pois sabemos que, por mais que os médicos removam o câncer na cirurgia, as células cancerígenas ainda estão lá e podem voltar a crescer”, disse. O laboratório FAP relatou que desde maio o número de remessas para as distribuidoras em todo País quase triplicou. A fundação precisou ampliar a produção desde o fim do ano passado, pois os outros dois laboratórios estrangeiros que forneciam o medicamento pararam de comercializá-lo. Eles reforçaram que não houve interrupção da entrega, porém, precisaram adequar de acordo com a demanda. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o Hospital Mário Gatti está com problemas para conseguir fornecedores e abre licitações semanalmente, desde setembro do ano passado. Esta semana, uma distribuidora de Porto Alegre se interessou e o processo está na fase final. A pasta não tem um prazo fechado, mas afirmou que o medicamento estará disponível em breve.

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