Segundo servidores, problema de desabastecimento na unidade se arrasta há meses
Movimentação no Centro de Saúde Mário de Campos Bueno Júnior, na região central de Campinas; no destaque, porta do elevador: problemas (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)
Os funcionários do Centro de Saúde Mário de Campos Bueno Júnior, na região central de Campinas, continuam enfrentando dificuldades para atender à população. Segundo os próprios servidores, faltam gaze, esparadrapo, algodão, seringas e agulhas. “Não temos também pastas para organizar os prontuários dos pacientes e nem folhas para imprimir esses documentos e novas carteirinhas do SUS. Estamos sem praticamente todos os materiais básicos de um posto de saúde”, disse uma enfermeira que preferiu não ser identificada. “Em plena campanha de vacinação de gripe para o Inverno estamos sem produtos como álcool. É incompreensível e o problema se arrasta há meses”, confirmou outro funcionário do serviço. Uma paciente que passava pelo CS na tarde de ontem foi retirar a carteirinha e reclamou. “Antes o documento era decente, agora é uma folha borrada e que teve que ser comprada pelos próprios funcionários e que eu terei que pagar para plastificar. É muita falta de respeito com eles e com os pacientes, principalmente quando muitos tiveram que deixar o plano de saúde para ser atendidos pelo SUS. Falta muito investimento”, disse. Outra moradora de Campinas que levou os filhos pequenos para vacinar, junto com o marido, saiu do posto lamentado. “Nem um esparadrapo para colocar no braço depois da vacina? Pelo menos tinha algodão. É complicado”, avaliou, entrando no carro. Prejuízo O elevador do prédio está quebrado há um ano e a escada que dá acesso ao andar superior está danificada e já rendeu até uma indenização contra a Prefeitura de Campinas em março deste ano. O caso ocorreu em agosto de 2016, quando uma idosa fraturou o osso do fêmur ao sofrer uma queda. De acordo com a ação, o elevador da unidade estava quebrado e Zoraide Bella, de 77 anos, teve de descer pelas escadas, onde caiu. Mas o problema com o equipamento de acessibilidade persistiu durante o ano e também foi flagrado ontem pela reportagem. Um funcionário afirmou que “já faz mais de um ano” que ele não funciona. “O elevador é muito importante porque tem pessoas, pacientes que andam de muleta, cadeira de rodas, e precisam de elevador e não de uma escada, porque a escada tem 15, 20 degraus. A Prefeitura disse que iria reformar uma sala para esse atendimento, mas não fez até hoje e nem vai fazer”, disse o funcionário. Enquanto isso, segundo ele, os médicos e enfermeiros são obrigados a descer para fazer o atendimento de quem tem dificuldade com acessibilidade. Outro lado A Secretaria de Saúde informou por nota que o conserto do elevador do CS Centro será iniciado nos próximos dias. Os reparos, segundo a pasta, estão sendo providenciados pelo proprietário do imóvel, já que o problema foi causado pela estrutura do prédio, que é alugado. Com relação aos insumos, a Prefeitura informou que as faltas são temporárias e a situação será regularizada o mais rápido possível. “Durante este período, a Secretaria de Saúde tem remanejado os itens entre as unidades”, diz o documento.